Elas estão de volta à natureza. Livres, soltas, no céu do semiárido brasileiro. Precisamente, no sertão de Curaçá, Norte da Bahia.
Neste sábado (11) aconteceu a soltura das 8 ararinhas azuis, que estavam em cativeiro, passando por um processo de adaptação, para enfim, retornar à natureza, após 20 anos.
A ararinha-azul é uma espécie típica da Bahia, e a última ave, um macho que andava em companhia de uma fêmea da espécie Maracanã, foi vista na natureza há 22 anos, na zona rural de Curaçá.
A espécie despareceu pelo tráfico de animais e também em decorrência da destruição do bioma da Caatinga, mas nos últimos dez anos, o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade e uma ONG alemã resgataram pouco mais de cem ararinhas que estavam nas mãos de criadores particulares em vários países.
Na Alemanha, o projeto conseguiu a reprodução da espécie em cativeiro, e hoje elas já são mais de duzentas. O desafio foi grande por causa do grau de parentesco entre as aves.
“Esse foi o primeiro salto que a gente precisou dar, mexer a variabilidade genética dessa população”, explicou o coordenador do Plano de Ação para Conservação da Ararinha-Azul, Eduardo Barbosa.
Antes da soltura, cada ave foi identificada e recebeu um radiotransmissor para facilitar a localização. As primeiras aves que vão ganhar a liberdade já estão em outro recinto. O espaço é maior, exatamente para que elas possam fazer voos mais longos, se preparando para a soltura.
Neste sábado (11), às 6h, chegou o momento mais aguardado. O viveiro foi aberto para oito ararinhas. Cinco delas saíram, voaram ao redor e depois voltaram. O representante da ONG explica que, no começo, ela vão ficar indo e voltando até ganharem confiança.
As ararinhas vão viver em duas unidades de conservação criadas especialmente para elas. Os órgãos ambientais esperam contar com a colaboração dos moradores na proteção da espécie.
O sábado foi de festa em Curaçá. No centenário Teatro Raul Coelho, ambientalistas, jornalistas, moradores e autoridades se reuniram para celebrar o momento histórico.
Presente no evento, o Ex-Ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, lembrou que quando esteve à frente da pasta, assinou, na Alemanha e Bélgica , o acordo de repatriação das aves para o Brasil.
Redação PNB, com informações G1/ Fotos: Laís Lino