Neste domingo (26), o imortal Gilberto Gil completa 80 anos. Autor de quase 800 canções, o baiano coleciona momentos importantes na vida cultural e política do Brasil. Ele tem muito o que comemorar, e também seus fãs, que reconhecem a importância do cantor e compositor para a Música Universal.
Gil vai festejar no palco, abrindo a turnê familiar “Nós, a Gente”, na Alemanha.
Embaixador da ONU, imortal da Academia Brasileira de Letras, ex-ministro da cultura e um dos artistas mais importantes da música brasileira, Gilberto Gil celebra seus 80 anos de vida cercado por homenagens e em plena atividade.
“Tenho consciência de que sou filha de um orixá vivo”, disse a filha e também cantora Preta Gil, em recente entrevista à revista Veja.
Nascido em Salvador, em 1942, Gil passou parte da infância em Ituaçu, Bahia. Foi lá onde o desejo de ser músico brotou no coração do menino que ouvia atentamente os sons dos sanfoneiros locais, das procissões pelas ruas da cidade e da música de Luiz Gonzaga tocada no rádio.
Uma frase do artista, registrada em seu site oficial, explica o início de sua relação com a música: “Eu soube que a música era minha linguagem, mesmo. Que a música ia me levar a conhecer o mundo, ia me levar a outras terras. Por que eu achava que tinha a música da terra e a música do céu”.
A sanfona foi o primeiro instrumento dominado por Gil, ainda na infância. Mais tarde, já vivendo em Salvador, recebendo a influência de Dorival Caymmi e também da bossa nova, descobriu o violão e, em seguida, a guitarra elétrica. Na Universidade Federal da Bahia, em 1963, conheceu Caetano Veloso, seu grande parceiro musical. Ao lado dele e de nomes como Tom Zé e Gal Costa, encabeçou o movimento cultural batizado de Tropicália.
Foi também nos anos 1960 que o baiano lançou seu primeiro LP, “Louvação”. Com canções como “Procissão”, “Roda” e “Viramundo”, o disco trazia os elementos regionais que tanto influenciaram o músico. Muitos outros sucessos viriam a seguir. No banco de dados do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), Gil tem 784 músicas e 2.529 gravações registradas.
Sem medo de dizer o que pensa, Gil possui uma trajetória contemplada com a música, a política e a militância negra e ambientalista. Além do tropicalismo, o exílio em Londres, cargo na Academia Brasileira de Letras e no Ministério da Cultura do Brasil.
Tropicália
Com um gênero fluído entre o baião de Gonzaga e o reggae de Bob Marley, Gil sempre transitou com liberdade pelo universo pop, sendo um dos arquitetos da Tropicália, juntamente com Caetano Veloso, movimento pop que modificou a música brasileira entre 1967 e 1968.
Exílio em Londres
Em dezembro de 1968, Gil e Caetano foram presos, devido ao Ato Institucional nº 5, durante a ditadura militar, que cerceou a liberdade artística e dos cidadãos. Solto em fevereiro de 1969, o cantor chegou a ficar em regime de confinamento até julho, sendo exilado do país, mudando-se para Londres.
Ministério da Cultura
Admirador do ex-presidente Lula, o baiano chegou a assumir o cargo de Ministro da Cultura do Brasil, entre 2003 e 2008, cuidando do setor cultural do Brasil e se dividindo entre a carreira política e a musical. A política adotada na sua gestão baseou-se na Declaração Universal Sobre a Diversidade Cultural, da UNESCO.
Academia Brasileira de Letras
Um dos feitos mais recentes do cantor, compositor e ex-ministro da Cultura, foi a posse como novo ocupante da cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL), em abril deste ano, sucedendo ao jornalista e advogado Murilo Melo Filho. Em seu discurso de posse, Gil lembrou que é o primeiro representante da Música Popular Brasileira a integrar a academia.
Redação PNB