Em outubro deverá ser lançada no Brasil, a Myrkl, uma pílula antirressaca

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Um problema que afeta muitas pessoas, após ingerir alguns copos de cerveja ou taças de vinho: a ressaca. Junto com o arrependimento de ter exagerado, vem a dor de cabeça, enjoo, boca seca.

Alguns até juram nunca mais beber, mas basta surgir uma nova oportunidade que o ciclo se repete. Bebe um dia, no outro passa mal.

Uma pílula lançada no Reino Unido promete acabar com a ressaca. A procura foi tanta pelo medicamento que o estoque se esgotou menos de 24 horas após ser lançado. É a Myrkl –se pronuncia “miracle”, milagre em inglês.

Segundo o fabricante, trata-se de um suplemento alimentar com probióticos, vitamina B12 e o aminoácido L-cisteína. Criada por uma empresa sueca em 1990 e aperfeiçoada ao longo dos anos, a fórmula promete metabolizar até 70% do álcool em 60 minutos antes que chegue ao fígado, transformando-o em dióxido de carbono e água.

Menos álcool entra na corrente sanguínea, e efeitos da ressaca e danos aos órgãos seriam menores. Na Inglaterra, a caixa com 30 comprimidos, 15 doses, sai por 30 libras (cerca de R$ 180,80). São duas libras (R$ 12) por noite, um terço do preço médio de um “pint” (copo de 568 ml de cerveja).

Mas o medicamento não faz efeito em quem bebe a noite inteira de estômago vazio.

Um dos donos da Myrkl, o suíço Frederic Fernandez, explica que a pílula não é para quem quer ficar embriagado (o que também seria mais demorado e caro) e, sim, para quem bebe moderadamente, vai a um churrasco ou almoço no fim de semana e deseja estar bem no dia seguinte.

“Em nossas pesquisas, vemos mulheres que gostariam de tomar uma, duas taças de vinho sem se sentirem mal no outro dia”, disse.

A recomendação é ingerir duas cápsulas no mínimo duas horas antes de beber.

A pílula é comercializada como “a primeira fórmula na história com resultados promissores em quebrar o álcool de forma eficiente.”

A eficácia é baseada em um estudo randomizado e duplo-cego feito na Alemanha. Por uma semana, depois de um café da manhã leve, participantes tomaram um copo “moderado” de vodka, seguido de exames de sangue. A absorção de álcool foi mais de 70% menor em quem tomou a pílula do que em quem recebeu placebo.

O produto é autorizado por órgãos de saúde dos Estados Unidos e da Europa. Mas o hepatologista Ashwin Dhanda, professor da Universidade de Plymouth, aponta falhas no estudo feito com apenas 24 jovens, saudáveis e brancos.

“O formato é bom, mas não foi bem executado. Não escolheram indivíduos com doenças crônicas ou que tomam medicamentos. É muito pequeno”, alerta.

“Eu me preocupo com o fato de as pessoas verem isso como um tíquete para beber livremente ou decidirem dirigir pensando que estão abaixo dos limites legais, e não estarão.”

De fato, desde o lançamento, mês passado, a empresa ajustou expectativas no site, que agora avisa: “suplementos alimentares são absorvidos de forma diferente por cada pessoa e dependem de fatores externos”. A primeira versão da embalagem tinha a frase: “a pílula para tomar antes de beber que funciona”. Ela foi retirada.

Fernandez, porém, diz confiar na pesquisa feita com 1.229 pessoas no Reino Unido, 70% das quais aprovaram o produto. “Myrkl esgotou em 24 horas, temos consumidores satisfeitos. Temos a humildade de dizer que estamos aprendendo. Há coisas que não controlamos na experiência do consumidor.”

“Críticas são válidas. Mas é um suplemento, não um medicamento. Quando se lança um remédio, há várias fases de estudos. Não precisamos, por lei, de estudos clínicos. Somos transparentes com isso.”

“Álcool é um problema de saúde pública em muitos países. Também une as pessoas, então queremos ajudá-las a estar em seu melhor quando bebem de forma responsável. Nunca diremos que álcool é incrível ou focaremos a venda nos jovens ou em casas noturnas”, acrescentou.

A venda para o Brasil começa em outubro.

Redação PNB, com informações Folhapress

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