Mesmo perdendo mais de 20 quilos, jovem com obesidade mórbida internado há 13 dias na Promatre, em Juazeiro, continua lutando para fazer um cateterismo

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O jovem Clementino José dos Santos Júnior, 23 anos, continua internado no Hospital Promatre, em Juazeiro no Norte da Bahia, aguardando por fazer um procedimento de cateterismo. Ele deu entrada na unidade hospitalar, referência em cardiologia, no último dia 6, com suspeita de ter sofrido um infarto.

Além da habitual dificuldade por regulação, o paciente que tem obesidade mórbida, também não encontrava hospitais na região, conveniado com o SUS, que realizassem o procedimento por falta de estrutura adequada para pacientes obesos.

Nesta segunda-feira (19), Jéssica, mulher do paciente, voltou a fazer contato com nossa redação para relatar que mesmo perdendo peso, Clementino ainda não conseguiu fazer o cateterismo. Ele, que antes pesava 170 kg, eliminou mais de 20kg nestes 13 dias de internamento, informou a mulher.

“Antes diziam que as máquinas dos hospitais não suportavam pacientes com o peso dele, que o limite era de 150kg, agora que ele chegou a 145,800g ainda não fizeram o cateterismo. Eu visitei meu esposo na sexta-feira (16) e na ocasião o médico que estava de plantão me falou que ele ia fazer o cateterismo no Hospital Memorial, em Petrolina, e que só estavam esperando uma vaga na UTI. O médico disse ainda que ele ia fazer o procedimento lá porque a máquina do Promatre só suporta até 120 kg.  Só que ontem (18) a prima dele foi visitá-lo e o médico que estava de plantão já contou outra história, dizendo que ele ia fazer o cateterismo na Promatre mesmo, porque a máquina de lá suporta até 150 Kg. Isso para mim é enrolação. Um dia dão uma informação e no outro dia já falam outra coisa. A família fica muito aflita, sem saber o que fazer, porque já se passaram 13 dias e fica nessas situação. Dizem que vão transferir, e depois não vão mais, e acaba que não fazem o procedimento em nenhum lugar”, protestou Jéssica.

Ainda de acordo com ela, a espera está afetando o psicológico do jovem, que teme ir a óbito.

“O que está acontecendo com ele é desumano. Ele também está aflito, com ansiedade. Ele vê outros pacientes morrendo perto dele e fica querendo sair do hospital. Isso é muito desgastante para ele e para nós”, acrescentou.

O caso

No último dia 09, o PNB publicou uma reportagem com o apelo de familiares do jovem, morador do bairro Alto do Alencar, que estava internado desde a terça-feira (06) e sem acesso a um cardiologista na Promatre, referência no atendimento de cardiopatias.

De acordo com Jéssica, esposa do paciente, exames realizados no hospital apontaram que ele tinha sofrido um infarto e precisava de uma avaliação urgente do especialista.

“Ele fez um eletrocardiograma e pelo exame estão com suspeita de infarto. Mas ele passou esses dias todos sendo acompanhado apenas por um clínico geral, pois não tinha nenhum profissional cardiologista no hospital. Ele está com dores fortes e precisando ser avaliado pelo cardiologista para passar pelo procedimento específico. Estamos desesperados sem saber o que fazer, porque um hospital referência em cardiologia como a Promatre, não tem um profissional cardiologista por conta do feriado, é um absurdo. É um descaso com a população”, reclamou.

Somente no dia 9, Clementino foi consultado por um cardiologista que indicou um cateterismo, mas o procedimento não poderia ser realizado na Promatre e nem em nenhum hospital da região conveniado com o SUS, por conta do peso do paciente, que apresenta obesidade mórbida.

“Assim ele vai morrer, pois se a Promatre, que é referência não faz, o Memorial que é conveniado também não faz, fica difícil. Deveriam ter um aparelho mais avançado, que suportasse um paciente até 200 quilos, pois não tem um peso especifico para se adoecer”, avaliou a esposa de Clementino.

Procurada pelo PNB, a Central de Regulação informou que “não tinha como receber no Memorial, já que não tem suporte para o paciente obeso. Foi tentada senha de urgência para o Procape, em Recife, mas também não aceitaram. O caso foi regionalizado e a Central Estadual da Bahia está buscando uma solução”.

Redação PNB

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