Após a prisão, nesta sexta-feira (04), de Felipe Leal, 18 anos, acusado de matar o jogador Felipe Rocha, 19, na Avenida Adolfo Viana, em Juazeiro, Norte da Bahia, no último domingo (30), o PNB conversou com o pai do jovem assassinado com um disparo de arma de fogo.
Maurício Nunes agradeceu o trabalho das Polícias Civil e Militar, em Juazeiro, que em menos de uma semana após o crime, prenderam o acusado. O pai também falou que o sentimento da família é de “alívio”, mas que espera pela prisão do outro acusado de participar do assassinato.
“Eu gostaria agradecer e reconhecer todo trabalho das polícias que foi feito, inclusive, com muita inteligência da equipe da Polícia Civil, sob orientação do Delegado Bruno. Também quero agradecer todo o apoio da PM, do pessoal da investigação que faz o serviço de rua e colaborou também para levantar o paradeiro do elemento. Toda a família foi pega de surpresa com a prisão do acusado, porque demorou um pouco para sair o Mandado de Prisão dele. Mas é assim que tem que se trabalhar com inteligência. Tem que levantar os fatos e depois fazer um pedido à justiça sobre o Mandato de Prisão dele. Por isso, parabenizo mais uma vez o delegado pela inteligência dele. E a família está aliviada, o sentimento aqui da família é de alívio, mas ainda não de conforto, porque tem ainda o segundo elemento que participou do crime e esse segundo elemento está solto ainda”, disse Maurício.
O pai da vítima contesta a alegação de Felipe Leal que confessou o crime e disse que matou o jogador por legítima defesa.
” O depoimento dele está totalmente errado e mentiroso. Ele está acusando Felipe de ter agredido ele com garrafa, mas Felipe nunca foi violento, inclusive nem em campo, nem baba de várzea, nem em casa, e nem na escola. Com nenhum amigo Felipe nunca foi agressivo. Ele não era violento. Ele era guerreiro em campo e com a bola. Ele era um artista da bola. Então, esse fato dele ter dito que Felipe puxou uma garrafa para ele, é mentira. Está nas imagens que Felipe não foi agressivo com ele. Ele, simplesmente, aleatoriamente, quis matar um rapaz que estava próximo de Felipe e meu filho ficou imóvel, sem entender os motivos da agressão. Então é mentirosa essa fala dele, de que agiu em legítima defesa. Felipe era um menino franzino, baixinho, então não teria motivo para ele partir para cima de alguém que é maior que ele”, contestou o pai.
Numa demonstração de possuir espírito pacífico, apesar de ter perdido o filho para a violência, Maurício Nunes pediu o fim do desarmamento e alertou para a circulação de armas em Juazeiro.
“Não tenho notícia se a arma usada no crime foi encontrada, porque tem que tirar essa arma de circulação. Juazeiro está uma violência tremenda. Ouvi relatos de jovens de que Adolfo Viana não só tinha uma, duas, três, ou quatro pessoas armadas não, foram dezenas de pessoas armadas. Várias pessoas circulando armadas pela avenida. Vale salientar que a solução tem que partir de cima. As autoridades precisam tomar uma atitude em relação ao desarmamento. Tem muita arma na rua, muita arma circulando no Brasil. Nosso país está tomado pela violência. Ninguém pode mais sair para comemorar, seja lá a vitória de um político, ou apenas para se divertir. Então, a solução tem que partir da autoridade maior deste país, que está um total descaso”, apelou o pai.
Ele também chamou atenção dos poderes públicos para os eventos que acontecem na Avenida Adolfo Viana, que vem sendo palco de brigas, confusão e desrespeito a Lei o Sossego Público durante os eventos festivos.
“Tem que ter uma organização e uma preparação para esses eventos, inclusive dos estabelecimentos comerciais daquela avenida. Tem que ter responsabilidade, inclusive em relação ao horário, pois tem que ter um limite, até em respeito a lei do silêncio.
Nos becos e travessas existem residências e as famílias sofrem com os transtornos. As ruas ficam todas urinadas. Tem eventos que vão até às 4h da manhã e isso não tem cabimento. Então, pedimos que as autoridades tomem uma providência em relação aos eventos que estão acontecendo lá na Adolfo Viana”, reivindicou.
Prisão e crime
Nesta sexta-feira (04), o acusado de matar o jovem Felipe Rocha, 19 anos, em Juazeiro, Norte da Bahia foi preso. Ele confessou o crime e alegou ter agido em legítima defesa. A prisão aconteceu por volta das 15h, após expedição do mandado de prisão preventiva.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito Felipe Leal, 18 anos, declarou que havia se envolvido numa discussão com a vítima e seu amigo, e que o jogador Felipe teria ido ao seu encontro com uma garrafa na mão para lhe agredir, motivo pelo qual sacou um revólver e efetuou o disparo. O acusado afirmou ainda que portava uma arma de fogo por ter sido ameaçado por traficantes de drogas.
O homem que estava com o acusado no momento do crime já foi identificado e diligências serão efetuadas para sua localização, informou a PC.
Ainda segundo as informações, durante as investigações ficou constatado que na hora do crime a vítima estava com um amigo, comemorando o resultado das eleições, quando houve uma discussão entre eles, o acusado e o amigo dele. Neste momento, um suspeito sacou uma arma de fogo e efetuou os disparos na direção da vítima e seus amigos.
Felipe foi atingido no peito e chegou a ser socorrido para o Hospital Universitário de Petrolina, no sertão de Pernambuco, mas não resistiu aos ferimentos. As investigações foram iniciaram ainda na madrugada de segunda-feira (31) e a equipe da Delegacia de Homicídios teve acesso a imagens de câmeras de vigilância no local do fato.
O corpo de Felipe foi sepultado na manhã de terça-feira (1), no cemitério central de Juazeiro. Familiares e amigos prestaram homenagens ao jovem, que faria 20 anos nesta sexta-feira (04).
Redação PNB