“Semana santa passou, já se fala em São João e até o momento nada de sair nossos pagamentos do carnaval. É prazo em cima de prazo e nada dos nossos cachês”, voltou a cobrar um músico de Juazeiro que trabalhou na festa carnavalesca que ocorreu de 3 a 5 de fevereiro.
Segundo Marcelo Vidal, Conselheiro do CMC, ocupando a cadeira de Música, a Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes começou a pagar os cachês ontem (11), mas apenas a alguns músicos.
“Além da demora para receber, pois já se passaram quase 2 meses e meio do carnaval, não entendemos porque uns recebem primeiro e outros têm que aguardar ainda mais. Essa também é uma das revoltas dos músicos que me procuram. Que critério utilizam? Como criaram um critério de ir pagando a conta gotas?” protestou o conselheiro.
“Uns músicos receberam e outros não. Colegas de Petrolina receberam ontem, terça-feira, e tantos outros de Juazeiro ainda estamos esperando. Como criaram esta ordem de pagamento. É uma vergonha isso. Tem que passar rápido esse tempo pra este povo sair logo daí”, criticou outro artista que trabalhou na festa.
Nós voltamos a procurar a Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes e o órgão argumentou que está no prazo dos “60 dias úteis”.
Anteriormente a Secult já havia dado uma previsão de pagamento para o dia 16 de março, o que não ocorreu.
Falamos diretamente com Edvaldo Franciole, responsável pelo processo de pagamento, que tinha informado que os cachês seriam pagos após a semana santa e ele confirmou que os pagamentos foram iniciados nesta terça-feira (11), e que foram pagos 10 dos 35 músicos e bandas que aguardavam o recebimento dos cachês. Franciole garantiu que até sexta-feira (14), todos os pagamentos serão efetuados.
Questionado sobre o critério usado para a ordem dos pagamentos, o assessor disse que foi pela ordem de entrega das notas fiscais, ou seja, “quem entregou primeiro, recebe primeiro”.
Marcelo Vidal, no entanto, critica o critério criado e diz: “Está difícil compreender esta gestão por mais boa vontade que tenhamos. Isso nunca tinha acontecido em tempo algum.”
Reclamações anteriores
“Mais uma vez a gente vem sofrendo com o descaso deste governo. Estava previsto para pagar aos músicos que trabalharam no carnaval de ontem, segunda, pra hoje, terça, mas o Senhor Franciole fez um áudio dizendo que agora que somente após a semana santa. É desumano, é cruel um governo tratar o artista local desta forma. O músico que toca por um valor mínimo que eles estabelecem lá, um cachê de 200, 250 reais passa 60 dias úteis para receber. Se protegem com um edital que eles mesmo criaram sem nos consultar. Um edital ditador,” este é o desabafo do músico juazeirense e Conselheiro do CMC, ocupando a vaga de música, Marcelo Vidal.
Conforme o relato de Vidal, A Prefeitura de Juazeiro ainda não pagou os cachês de grande parte dos músicos que trabalharam no carnaval de Juazeiro, que ocorreu no período de 3 a 5 de fevereiro, ou seja, há 60 dias.
Marcelo Vidal sai em defesa da categoria e critica o tratamento dados aos artistas locais.
“Muitos músicos aqui me cobrando, pois ocupo a vaga de música no Conselho de Cultura e eu cobro a Franciole, que nos trata com desdém e usa o argumento de até 60 dias para pagar segundo o edital que eles criaram. Deixam para o último dia para nos massacrar. Este mesmo artifício é usado para os músicos famosos?”, questionou Vidal.
O Percussionista Silvio Batera reforça a cobrança e também faz seu desabafo.
“Falta de responsabilidade. Esta gestão está passando dos limites. Parece que é proposital, uma pirraça. E quando a gente vai reivindicar somos tratados com ignorância, o assessor Franciole manda áudios desaforados. Quando vamos cobrar parece que estamos pedindo um favor. Nunca fomos valorizados, mas nesta gestão o destrato com o músico passou de todos os limites”, criticou Sílvio.
No último dia 16 de março, quando o PNB ouviu o músicos que já cobravam seus cachês, a Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes disse que “o pagamento das bandas credenciadas para o carnaval têm um prazo de 60 dias úteis para quitação, mas a expectativa da Seculte é que o pagamento seja realizado até a próxima semana”.
De lá pra cá, algumas semanas se passaram e os músicos e bandas locais continuam numa “via crucis” para receber seus pagamentos.
“O músico que estava na expectativa de receber seu cachê para poder comprar a ceia da semana santa, um chocolate para o filho, viver a tradição da semana santa, não vai este direito. Uma via crucis, só Jesus nesta causa”, lamentou Marcelo Vidal.
Novamente encaminhamos a cobrança para a Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes e o órgão argumentou que está no prazo dos “60 dias úteis”. Questionada sobre a previsão dada no dia 16 de março, a Secult disse que “não foi possível”
Redação PNB