Repercussão: Leitores criticam Prefeitura de Juazeiro pelo corte de funcionários que afetou funcionamento do Museu Regional: “Juazeiro retrocede anos”

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Conforme publicou o Portal Preto No Branco na manhã desta quarta-feira (14), o Museu Regional do São Francisco reduziu o horário de visitação do público, após sofrer um corte de pessoal. Agora, o ponto turístico só recebe visitantes de terça à sexta, pela tarde.

“Muitos turistas chegam na cidade no sábado ou no período da manhã, querem visitar o museu e o ponto turístico está fechado. Antes funcionava no sábado, mas com essa leva de demissões que ocorreu nos últimos meses, tem ônibus de turistas chegando no sábado e voltando sem ter acesso ao museu. É lamentável! Juazeiro anda pra trás, na contramão do desenvolvimento em todos os sentidos”, comentou um juazeirense que entrou em contato com nossa redação.

Gerido pela Fundação Museu Regional do São Francisco, o museu conta com uma parceria com a Prefeitura de Juazeiro, através de contrato de convênio, onde o município cedia servidores para a instituição.

Eram os funcionários da Empresa Epic que atuavam no museu e, com o encerramento do contrato da Prefeitura de Juazeiro com a empresa terceirizada, eles foram dispensados desfalcando a equipe de manutenção e atendimento ao público.

Nós procuramos a direção do MRSF que confirmou a informação e disse que “o funcionamento do Museu que era das 8:00 às 18:00h de terça a sábado,foi reduzido por conta do afastamento de alguns funcionários da Épic”.

Leitores do PNB criticaram a gestão municipal

“Um mês festivo que recebe bastante turistas, mas a cidade não se prepara para recepcionar bem os turistas. Poucas opções que a cidade tem e não funciona nos finais de semana”, comentou a internauta Franciseloneide.

Pelas redes sociais do PNB, outros internautas se manifestaram: “Aí depois a prefeitura diz que Juazeiro é a ‘bambambam’ no turismo e há quem caia” (djotajamesson).

“Tem que funcionar de domingo a domingo. Manhã, tarde e noite”(caatingasertão).

“Nada em Juazeiro é normal” pereirarose).

“Juazeiro cada dia que passa retrocede anos”(LuísMarcos).

Desabafo

“Como juazeirense fiquei constrangido ao presenciar uma cena em um dia de sábado, quando um grupo de turistas deu de cara com as portas do museu fechadas. Presencie a expressão de decepção deles e ouvi um comentário que me deixou envergonhado. Uma senhora comentou como o grupo: ‘como pode um museu que guarda a história da cidade não abrir aos finais de semana? Nunca vi isso em nenhum outro lugar’. Que vergonha eu sentir!”

O que diz a Prefeitura de Juazeiro

Nós procuramos  a Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes (Seculte). O órgão esclareceu que o “Museu Regional do São Francisco é uma entidade privada. O município cede funcionários através de contrato de convênio com a instituição. Com o encerramento do contrato com a empresa terceirizada, apenas Auxiliar de Serviços Gerais (ASG) que era cedido precisou ser desligado. Porém o município já está resolvendo essa situação. Vale ressaltar que o Museu está funcionando no período da tarde”.

Nós também entramos em contato com a direção do Museu Regional do São Francisco em busca de esclarecimentos, mas até o momento não obtivemos respostas.

Museu Regional do São Francisco

O prédio que abriga a Fundação Museu Regional do São Francisco foi a residência do Cel. Miguel Siqueira, chamada carinhosamente pelo juazeirense, de palácio. Datado de 1925, com características neoclássicas, foi construído em cal e barro da beira do rio São Francisco adicionados a óleo de baleia. Possui afrescos e pinturas murais. Em 1946 virou uma clínica médica e em 1950, o então Presidente da República Getúlio D’Ornellas Vargas, comprou o prédio e doou-o a SUVAL (Superintendência do Vale) hoje CODEVASF, para que o mesmo fosse transformado em repartição. Em 1952, Getúlio Vargas visitou as obras da construção da ponte Eurico Gaspar Dutra-Juazeiro/Petrolina e se hospedou no Palacete de Miguel Siqueira. Em 1976, a CODEVASF vendeu o referido prédio à Caixa Econômica, para que o mesmo fosse demolido e transformado em uma agência bancária. Nesse momento, órgãos de serviços e cidadãos juazeirenses criaram um movimento de protesto. Em consequência, foi firmado um comodato de 20 anos com o município com o compromisso do palacete abrigar objetos e documentos alusivos à região do São Francisco e à memória do povo barranqueiro. Em 2000, a CODEVASF doou o palácio de Miguel Siqueira à Fundação Museu Regional do São Francisco.O Museu dispõe de um acervo variado, adquirido através de doações da comunidade. É composto de: estandartes, cartas patentes, decretos, mobiliário, documentos variados, fotografias, pinturas a óleo, acervo náutico do Rio São Francisco, louças, réplicas de carrancas, lâmpadas centenárias de cobre, louças inglesas da antiga Companhia de Navegação do São Francisco, paramentos e utensílios do 1º bispo de Juazeiro, dos primeiros médicos e dentistas. Objetos dos primeiros carnavais, bandeiras e fardamentos da 1ª Guarda Nacional da região.

Redação PNB

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