Mulher grávida de 8 meses perde bebê e atribui morte a falta de uma vacina prescrita e negada pela equipe da Saúde, em Juazeiro; SESAU se manifesta

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Uma moradora de Juazeiro, que pediu para não ser identificada, em contato com o PNB, relatou que não foi atendida pelo sistema público de saúde ao solicitar a vacina imunoglobulina- anti D, prescrita pelo médico que acompanhava sua gestação.

A mulher, que estava grávida de 36 semanas, 8 meses, possui RhD-negativo e o pai do bebê, RhD-positivo, o que indicaria a administração da vacina a partir de 28 semanas, ou até 72h após o parto.

Segundo ela, mesmo após ter insistido na UBS do Jardim Vitória e no Hospital Materno Infantil de Juazeiro para que o medicamento fosse disponibilizado, não conseguiu ser atendida.

“Estava fazendo acompanhamento pela UBS do Jardim Vitória e nunca faltei as consultas e muito menos aos exames. Minha gravidez era de risco. Fazia particular também. Meu obstetra me falava sobre uma vacina que teria que tomar (imunoglobulina- anti D) devido à incompatibilidade sanguínea entre eu e o pai do bebê (meu esposo). O médico pediu que solicitasse essa vacina com 28 ou 30 semanas de gestação. Passei o caso para a enfermeira e para a médica da UBS. O que foi repassado era que não existia esse tipo de protocolo e que meu médico obstetra estava ‘louco’ por que esse protocolo não existia. Pedi inúmeras vezes que solicitassem a injeção ou um encaminhamento para a Maternidade de Juazeiro. O disseram foi que eu tinha que ir até a maternidade para o médico me avaliar se era necessário ou não tomá-la. Fui por três vezes e tentei conversar com o diretor da maternidade, que sequer me ouviu ou veio me atender. Conversei com dois assistentes sociais, mas sem sucesso. E uma ressalva: a vacina estava prescrita pelo médico e a médica pediu que solicitasse um laudo informando porque deveria tomá-la. O médico, na receita mesmo, colocou o motivo pelo qual eu deveria tomá-la e mesmo assim foi negado”.

No último dia 7 de junho, ela perdeu o bebê. No atestado, o médico atribuiu o óbito do bebê a incompatibilidade sanguínea.

“No dia 07/06/2023 senti fortes dores e fui para um hospital particular. No mesmo dia, meu filho veio a falecer com Anoxia fetal. Acredito que a vacina salvaria ou até diminuiria o risco do bebê por incompatibilidade. A saúde em si em Juazeiro está uma porcaria, digo por experiência”, protestou.

Encaminhamos o caso para a Secretaria de Saúde de Juazeiro. Em resposta, o órgão esclareceu que “a medicação citada não está disponível nas Unidades Básicas de Saúde, pois ela precisa ser administrada em unidades hospitalares, com acompanhamento especializado. Informamos ainda que para o atendimento desta demanda, é necessário procurar a Maternidade Municipal de Juazeiro para avaliação médica. Vale ressaltar que a maternidade realiza a aplicação do medicamento após o parto, e também durante a gestação, caso seja identificada alguma necessidade clínica e após avaliação médica do obstetra da maternidade. Frisamos ainda que não se trata de uma vacina comum, mas sim de uma imunoglobulina que precisa ser aplicada seguindo protocolos de segurança”.

Redação PNB

 

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