A Diocese de Petrolina tem uma história marcada pelo anúncio do Evangelho e compromisso social. Essa característica tem pautado a vida e a ação de bispos, padres e agentes de pastoral ao longo de sua existência. Nas missas e encontros, no calendário de festas, das datas consagradas e celebrações que juntam paróquias em toda sua transparência.
De 2018 pra cá, infelizmente, saibam os irmãos em Cristo, fatos estranhos se sucedem na Diocese, constrangendo e entristecendo o clero e a comunidade diocesana. A administração financeira da Cúria, as contas, as receitas líquidas e contribuições dos fiéis, tudo isso requer prestação de contas transparente. Justamente para isso e por isso, existe o cargo ou função de um Ecônomo na estrutura administrativa da Cúria Diocesana. Infelizmente é um posto ignorado ou apenas decorativo, já que na Diocese tudo está concentrado na pessoa do bispo e seu secretário.
Nesse tempo de novas ferramentas tecnológicas e sistema financeiro tão moderno, a Cúria faz opção pelo atraso, sem registro eletrônico das arrecadações rotineiras junto às paróquias, incluindo contribuições voluntárias e, principalmente, da Obra das Vocações Sacerdotais, voltada à evangelização e renovação do clero, manutenção e funcionamento do seminário que prepara e qualifica os futuros presbíteros.
Num histórico recente de indiferença, a administração diocesana tem se revelado distante e autoritária, premiando a agressão velada, fechada em uma redoma, alheia ou distante dos ensinamentos de Cristo. Os registros internos e lamentáveis de tantos padres, numa sucessão de constrangimento, são desautorizados, humilhados, afastados de suas funções sacerdotais e de suas atividades em geral.
Lamentavelmente, nos últimos seis anos, três padres jovens abandonaram o ministério sacerdotal; um foi sumariamente demitido do estado clerical, dois suspensos de ordem, com processos canônicos encaminhados à Cúria Romana solicitando sua demissão do estado clerical. Um padre que exerceu várias funções de destaque na Diocese tais como: Vigário Geral, Reitor do Seminário Diocesano, Diretor da Rádio e outras funções de cunho eminentemente pastorais. Foi Administrador Diocesano, tendo inclusive coordenado a bela recepção ao bispo atual por ocasião da sua posse. Pasmem! Foi o primeiro a se sentir mal e a deixar a diocese.
Caso emblemático envolve dois presbíteros, um dos quais é o famoso, poderoso secretario e protegido do bispo diocesano, certa vez apelidado criticamente de “Superministro” e outro sacerdote que trabalhava com ele. Este, protegido do bispo, sumariamente inocentado, enquanto o outro considerado culpado cumpre pena em Recife. O que se sabe é que, inclusive, é proibido de vir a Petrolina.
Além desses casos, lamentavelmente existe um repertório de suspeitas que maculam a
moralidade querendo demonstrar legalidade. Inclusive há ainda dois sacerdotes sem
paróquia, um dos quais residindo em casa de familiares. A administração atual, tão
amante de Decretos, Determinações e outros documentos canônicos, nunca se pronunciou, oficialmente, sobre esses e outros casos semelhantes.
Desse modus operandi da administração diocesana, as consequências são visíveis nas dificuldades para manter e fortalecer as pastorais que tratam com a população mais necessitada, as obras de catequese, a construção de novos templos na expansão da Igreja. Infelizmente, foram assumidas outras injustificadas prioridades, em prejuízo do despertar de vocação autóctone, pois a Diocese atualmente tem recebido padres de outras dioceses e
seminaristas egressos de outros seminários notadamente de: Picos – PI; Salgueiro –PE; Juazeiro – BA; E Pasmem até de Minas Gerais e do Sul do País.
É opressora e imoral a centralização de recursos financeiros e decisões que são adotadas sem consulta ao clero, além da contabilidade conduzida com métodos contrários ao que prescreve o Direito Civil e Canônico e sobretudo a ética cristã, inclusive com uma história centenária.
Infelizmente, ainda se verificam fatos estranhos ao clero, de movimentações comerciais
e extras clericais, com interesses particulares, fora dos limites diocesanos. Não é dada a
importância às Assembleias Diocesanas de Pastoral que discutem e garantem o
funcionamento de Pastorais, além de outros valiosos serviços de natureza pastoral e
caráter social. Para o povo de Deus e para o cidadão coerente é muito lamentável o
distanciamento da atual gestão diocesana dos princípios cristãos e inclusive o
Magistério do Papa Francisco.
Sabemos que um grupo considerável do Clero tomou a iniciativa de dialogar de forma
respeitosa com o bispo diocesano por diversas vezes inclusive em julho de 2018, no
inicio de sua administração; nas Reuniões do Clero; sugerindo a pauta mais voltada para
os interesses do conjunto do Clero, prestação de contas que, infelizmente, nunca
aconteceu.
Por fazer uma avaliação critica da falta de transparência, um sacerdote está com
processo canônico pedindo sua demissão do estado clerical. Sabe-se que outro
sacerdote com mais de 15 anos de ministério escreveu e leu em uma reunião do clero
um longo texto revisitando as irregularidades inclusive da presença invasiva do
secretario do bispo. Este nem pediu o texto para ler depois e nunca convidou o referido
sacerdote para uma conversa franca e fraterna. Todas essas e outras iniciativa foram
escutadas pelo bispo diocesano com ouvidos de mercador.
Esta carta Aberta é fruto de muitas e variadas reflexões, iniciadas por um grupo de padres que, depois se percebeu vencido e, que nosso grupo de fiéis, discípulos missionários com história de décadas de engajamento na Pastoral da Diocese, motivados pelos estudos e reflexões do Sínodo sobre a Sinodalidade cuja primeira sessão aconteceu em outubro, resolvemos nos pronunciar. Não somos movidos por ódio ou ressentimento, mas por amor a Deus e à Diocese. É um ato de bravura de esperança. Pois sabemos que seremos duramente criticados pela Administração Diocesana e por parte da elite católica local
“AI DE MIM SE ME CALAR, QUANDO DEUS ME MANDAR FALAR”
Movimento Leigos por uma Igreja Sinodal
Redação PNB