Em contato com o PNB nesta quarta-feira (24), mães atípicas voltaram a cobrar da Secretaria de Saúde de Juazeiro os insumos e medicamentos para seus filhos com deficiência.
A mãe do menino Bernardo, de 5 anos, enfatizou que os medicamentos são de uso controlado e ela está tendo que tirar recursos do orçamento doméstico para comprar, mesmo com uma ordem da Justiça para que o município forneça a medicação.
“Sou mãe de uma criança especial e estamos sem receber os insumos, as fraldas e medicamentos desde o mês de outubro. Há dias que mando mensagem para a Sesau e falam que não chegou, que não tem dinheiro, que a verba não veio. São medicamentos controlados e fraldas que ele não pode ficar sem,” cobrou Fernanda Lima.
Outra mãe, que pediu para não ser identificada, criticou a constante falta de acesso aos insumos e medicações e comparou: “É uma luta pra gente ter esses itens. Nunca regularizam. Falta de verba é sempre a desculpa esfarrapada, pois pra pegar mais de meio milhão a artista para carnaval, logo o dinheiro aparece.,”
Risocleide, avô de David Samuel, de 10 anos, reforçou a reclamação.
“Meu neto tem uma síndrome rara, a síndrome de Larsem, que o deixa sem os movimentos, e por isso ele fica todo tempo deitado, dependendo do uso de fraldas o tempo todo, pois o mesmo não tem controle das suas necessidades. Desde novembro estou sem receber. Ele tem direito por ordem judicial de receber fraldas, lenço, óleo Dersane pra proteger de escaras, mas, infelizmente, a nossa prefeita não tem dinheiro pra cumprir com as ordens judiciais. O dinheiro dela só dá pra fazer festas, enquanto as nossas crianças sofrem com o descaso,” reclamou a avó.
Confira outros relatos das mães atípicas que, procuraram o PNB para cobrar o direito de seus filhos:
“Sou Adriana, mãe de Isabelle Sofia, uma criança com paralisia cerebral, traqueostomia, gastronomia. Minha filha é acamada e necessita de medicações controladas, fraldas, seringas, sondas e luvas, entre outros materiais. Há muito tempo não recebo direito quase nada da Secretaria de Saúde. Está um puro descaso. Têm medicação que não pego desde abril do ano passado,”.
“Sou mãe atípica de 2 crianças e meus filhos sofrem com os atrasos. Tem insumos que já são meses sem receber e estão cortando como se não fosse nada. Tivemos reunião com a Secretária de Saúde e ela nos garantiu retorno e solução, mas estamos vendo cada dia as coisas piorarem. E o pior é que dinheiro para carnaval não falta. Agora a saúde está uma lástima.”
“Me chamo Luana, mãe de Ester Kailane, que tem hidrocefalia e paralisia cerebral. Ela necessita de fralda o tempo todo. A última vez que recebi as fraldas foi no mês 9. De lá para cá eu não recebi. Só dizem que não tem. Mas dinheiro para carnaval eles têm. É um descaso e não sou só eu, pois todas as mães estão nessa situação. Nossas crianças precisam. Nós lutamos e é direito delas. Só Deus sabe como é difícil, só Deus sabe a nossa situação. Nós pedimos, eu peço, em meu nome em nome de todas as mães, ajuda para nossas crianças que necessitam.”
“Sou Carla, mãe de Sophia Lima, portadora de mucopolissacaridose 3b (síndrome Sanfilipo). Desde o dia 5 de Dezembro, ela está sem receber os insumos. Um verdadeiro descaso contra nossas crianças! Dinheiro para carnaval, para gastar com bandas caríssimas tem, agora para fraldas e medicamentos não tem. Festa é mais importante do que saúde? Fica aqui a minha pergunta, é indignação.”
“Sou mãe especial, tenho processo judicial de insumos da minha filha. A data base de entrega é dia 5 de cada mês e até o momento a Secretaria de Saúde de Juazeiro não nos entregou nada. Minha filha tem atraso global no desenvolvimento, síndrome raríssima, onde a mesma faz uso de fraldas em tempo integral. O processo dela é de fralda, leite, Mucilon e medicação. Tem dinheiro para gastar com o carnaval e não tem dinheiro para comprar os insumos das crianças com deficiência? Isso é desumano!”
“Me chamo Glauciane e tenho dois filhos com microcefalia. Eu recebo por ordem judiciais insumos e medicamento, porém a Secretaria de Saúde de Juazeiro não vêm cumprindo com a ordem judicial, deixando assim as crianças sem os insumos necessárias. A gente liga para o CAF para perguntar sobre os insumos e a resposta são as mesmas: ‘não tem’, ‘chega amanhã”, ou não tem previsão’. Nós mães estamos cansada de tanto nos humilhar por algo que já conseguimos o direto na justiça. Eles não pensam como difícil a nossa vida e a cada mês que passa, eles dificultam ainda mais. Isso está nos deixando completamento sem saber o que fazer, pois já lutamos tantas lutas diariamente a ainda temos que lutar contra a SESAU todo mês. Isso não é e justo com agente. Precisamos de solução”.
Encaminhamos as cobranças para a Sesau.
Redação PNB
