“Inauguraram de mentira, de fachada, meses depois desligaram”: Proprietários de chácaras no Morrão, em Juazeiro, cobram ao SAAE acesso a água; entenda o caso

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Proprietários de chácaras da localidade conhecida como Morrão, em Juazeiro, no Norte da Bahia, continuam sofrendo com a falta de água encanada no local. De acordo com eles, uma rede de distribuição chegou a ser inaugurada em outubro de 2022, mas logo em seguida o abastecimento foi interrompido.

“A gestão municipal pegou nossos documentos dizendo que faria nossos cadastros para finalmente a nossa água passar a ser fornecida pelo SAAE. Porém, logo depois da inauguração da rede de distribuição, o fornecimento foi interrompido. Atualmente, só tem água quem tem condições de arcar com carro-pipa. Muitos de nós temos animais nas nossas propriedades, que precisam de água. Já fomos diversas vezes ao SAAE pedir que o órgão faça realmente o cadastro de cada proprietário e nos forneça água, mas até agora, só promessas não cumpridas”, criticou uma proprietária de chácara.

Os moradores resgataram um vídeo feito no início da gestão atual, em que aparece o vereador Gledson Azevedo, da base da Prefeita Suzana Ramos, na inauguração da rede de abastecimento.

“Mais uma conquista, reivindicação nossa, luta do povo. Emenda de 2 milhões de reais e hoje inaugurando aqui a adutora do morrão,” diz o vereador, enquanto toma banho no local.

“Inauguraram de mentira, de fachada, meses depois desligaram,” observou uma moradora.

Encaminhamos a reclamação para o Serviço de Água e Saneamento Ambiental e aguardamos uma resposta.

Relembre

Em outubro de 2023, um morador da localidade já havia reclamado da situação.

“A situação que estamos enfrentando com a falta de água é muito preocupante porque nós não temos outro meio, a não ser carro-pipa, e a prefeitura não manda. Hoje, um carro pipa custa de 130 a 180 reais. No ano passado, a gestão inaugurou a rede de distribuição de água aqui do Morrão. Cada casa recebeu tubulação e torneiras, porém, logo depois o abastecimento por parte do SAAE ficou irregular. Agora, estamos sofrendo. O SAAE fala em trazer os hidrômetros, mas isso já faz um ano e nada. O órgão também prometeu colocar as bombas e nada. Nós não queremos água de graça, queremos pagar nossa água, mas que a água venha. É triste um governo que deixa a população viver sem água”, criticou.

Na época, em nota enviada ao PNB, o SAAE informou que o fornecimento de água do Morrão estava sendo impactado pela quantidade de ligações clandestinas do local. E que, além disso, a prática de utilizar a água para irrigação de chácaras, ao invés do consumo humano, impactava diretamente também no abastecimento. O SAAE afirmou ainda que estava buscando viabilizar a pronta retirada das ligações clandestinas e regularização através da hidrometação.

Em julho daquele mesmo ano, um proprietário de uma chácara localizada no Morrão também reclamou da falta de água no local.

“Lá antes não era abastecido pelo SAAE, sempre foi pela Caraíba Metais, mas no ano passado, bem próximo às eleições, a gestão municipal pegou nossos documentos e fez nosso cadastro para a nossa água passar a ser fornecida pelo SAAE. Após isso, logo na quinta-feira que antecedeu as eleições para deputado, a prefeita Suzana Ramos fez a inauguração da rede de distribuição de água no Morrão. Porém, na terça-feira após as eleições, a água começou a cair bem fraca. Agora, na minha chácara, estamos há quatro meses sem água nenhuma”, contou.

Na época, o morador acusou ainda a gestão municipal de utilizar a inauguração da rede de distribuição de água da localidade para beneficiar seu grupo político nas eleições.

“Recentemente aconteceu uma reunião para falar sobre a instalação dos hidrômetros, porém não apareceu ninguém da gestão municipal. Esta semana fui até SAAE e lá a atendente me disse que mudou a direção do gerenciamento do SAAE e que no momento não tem como resolver a nossa situação, porque vão fazer um estudo para saber se dá para bombear para lá. Mas por que não fizeram esses estudos antes? Para quê inaugurar essa água por cima de pau e pedra na semana de eleição? Foi um negócio eleitoreiro, um negócio pequeno, que não cabe na nossa cidade”, acrescentou.

Redação PNB

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