Em relato enviado ao Portal Preto no Branco nesta segunda-feira (05), um cliente denunciou que foi vítima de discriminação em um frigorífico localizado na Rua Oscar Ribeiro, no centro de Juazeiro, região Norte da Bahia. Ele contou que possui diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista e, mesmo usando o cordão de identificação, foi constrangido por funcionários do estabelecimento.
“No dia 2 de agosto de 2024, a partir das 13:20, fui a essa casa de carnes acompanhado de um amigo. Sou autista e estava usando meu cordão de identificação de quebra-cabeças, que indica minha condição. Dirigi-me à fila prioritária do açougue. Ao chegar à fila, um açougueiro do estabelecimento, de forma preconceituosa, disse que eu deveria ir para a fila normal para que ele pudesse “dar o seu melhor”. Mesmo eu sinalizando que sou autista e apontando para a placa de fila prioritária, que possui o símbolo do autismo, ele manteve sua postura desrespeitosa. Em seguida, outro funcionário se aproximou e comentou: “Você tão novinho e já é prioridade”. Quando perguntei se eles tinham treinamento para identificar pessoas com deficiência/autismo, eles afirmaram que não. Ambos os funcionários saíram e não retornaram para me atender, deixando-me sozinho e constrangido na fila”, relatou.
O consumidor relatou ainda que após ocorrido chegou a desistir das compras e procurou a responsável pelo setor para relatar a situação.
“A chefe informou que os funcionários tinham, sim, treinamento para identificar pessoas com deficiência e me acompanhou até a fila. Durante o atendimento, um dos funcionários que me recusou atendimento disse que o seu amigo “caiu fora” para não me atender, logo ele também retornou, e de forma agressiva, disse que não havia se recusado a me atender, mas que tinha saído para resolver algo mais importante”, acrescentou.
Ele declarou ainda que a situação descrita configura uma clara negativa do seu direito como pessoa com deficiência, conforme previsto no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), que assegura tratamento prioritário e adequado.
“O tratamento preconceituoso e desrespeitoso que recebi foi extremamente constrangedor e humilhante, violando minha dignidade e o meu direito previsto em LEI. Diante dessa situação, solicitei via Boletim de Ocorrência, que sejam verificadas as imagens das câmeras de segurança do estabelecimento no horário mencionado para averiguar os fatos e que todas as medidas cabíveis sejam tomadas. Me comuniquei também com a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e vou registrar a ocorrência com eles”, finalizou.
Redação PNB