“Eu sou totalmente fruto de Juazeiro”: Silas França, artista juazeirense, inicia turnê internacional com o sambista Diogo Nogueira; confira entrevista

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O músico Silas França, natural de Juazeiro, região norte da Bahia, tem motivos de sobra para se orgulhar da sua trajetória artística. O acordeonista deu início a uma turnê internacional, fazendo a abertura dos shows do sambista Diogo Nogueira. A turnê começou em Frankfurt, na Alemanha, na quinta-feira (29), e seguirá até o dia 7 de setembro, com o show final em Viena, na Áustria.

França, que já é um nome de destaque na música brasileira, está encantando o público europeu com sua presença de palco, carisma e maestria no acordeon. Com uma série de seis shows, já com ingressos esgotados, a expectativa é de que a turnê reúna fãs brasileiros e internacionais.

Em entrevista ao Preto no Branco, Silas comentou sobre essa nova fase da sua carreira e a  experiência com a turnê.

“Tem sido maravilhoso! Nós fizemos dois shows aqui e as casas extremamente lotadas. As pessoas já sabendo o nome de Silas França, todo mundo, os alemães, já sabiam do meu trabalho. Então, isso está sendo maravilhoso pra mim”, declarou o músico.

Além de abrir os shows, Silas França também participa de momentos especiais ao lado do renomado sambista Diogo Nogueira: “Ele é um cara prestativo, muito solícito, ele é maravilhoso! Tem uma bagagem cultural muito grande, tem sido muito boa essa troca de informação com Diogo, e pra mim é uma experiência maravilhosa, tá sendo muito bacana” revelou França.

O talento de Silas é a soma de muito estudo musical, dedicação e influência de grandes músicos que o inspiram, notadamente, Luiz Gonzaga e Dominguinhos. O jovem artista juazeirense também traz a música no sangue e, desde muito cedo, por influência dos pais adquiriu intimidade com a obra de nomes como Djavan, Lulu Santos e os representantes do chorinho, gênero musical que Silas França carrega na alma. Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Yamandu Costa, Chiquinha Gonzaga, Paulinho da Viola são referências para o conterrâneo de João Gilberto, o papa da Bossa Nova, que teve grande impacto na sua carreira.

“Depois que eu conheci ele, mudou tudo, me moldou muito enquanto artista. Eu hoje sou um bossa novista justamente por conta de João Gilberto, que eu tive uma aproximação muito grande com ele, íntima mesmo, e isso deu para mim toda a ferramenta para poder repensar o que é que eu lanço com o meu instrumento, com o meu acordeon”, declarou ele

Silas França iniciou sua carreira musical aos 9 anos, experimentando instrumentos como gaita de boca, violão e guitarra. Aos 13 anos, começou a tocar acordeon, explorando ritmos variados como bossa nova, samba, chorinho e reggae.

O incentivo do pai, que também é músico, foi primordial para que o jovem ganhasse potência no domínio do seu instrumento preferido, o acordeon, e se dedicasse à música. Com muita habilidade e extrema sensibilidade, França iniciou sua carreira em festivais e apresentações na sua cidade natal. Volta e meia, se ausentava de Juazeiro para viver oportunidades no sudeste do país e ampliar seu conhecimento musical. Foi devagarinho, sem fazer muito alarde e agora eleva o nome Juazeiro para o mundo inteiro. 

Como bom filho da terra de João Gilberto, Silas França orgulha-se de ser juazeirense, enaltece suas raízes e, como toda dignidade, firma Juazeiro da Bahia como um celeiro de grandes e especiais artistas.  

“Eu sou totalmente fruto de Juazeiro. E não só eu, como quem é da terra de Juazeiro sabe muito bem a importância cultural que a cidade promove. Eu costumo dizer que, das cidades do interior do Brasil nenhuma tem a influência cultural que Juazeiro exerce no Brasil. Juazeiro para mim é o que eu sou, é o que eu tenho de melhor musicalmente e artisticamente para levar para o mundo. Eu percebi a importância do legado que a nossa cidade tem e isso não pode morrer. Porque o mundo conhece o Brasil através dela, porque a bossa nova vem de um cara de Juazeiro” declarou Silas França.

Redação PNB, por Rayza Rocha

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