Sete investigadores da Polícia Civil e um perito tiveram a exoneração dos cargos publicada pelo Diário Oficial do Estado da Bahia na última sexta-feira (4). O documento lista que o afastamento dos cargos ocorreu “a pedido” do grupo sem apontar os motivos que levaram a saída.
A maioria havia sido integrada na corporação há apenas duas semanas, com o mais antigo tendo entrado na PC no dia 28 de agosto. Eles ocupavam cargos em Salvador, Região Metropolitana e no interior do estado.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a Polícia Civil (PC) foram procuradas. A SSP informou que não vai se manifestar enquanto a PC declarou que não responde sobre “decisões pessoais de servidores”.
Atualmente, a categoria passa por um litígio com o governo do estado, após consecutivas falhas para fechar um acordo sobre a reestruturação salarial das polícias civil e técnica. Nesta sexta-feira (4), o Sindicato dos Policiais Civis (Sindpoc) anunciou que os policiais não exercerão a fiscalização dos crimes eleitorais neste domingo (6).
No dia 6 de setembro, os servidores rejeitaram uma proposta do governo e realizaram um protesto no Itaigara. Na época, o delegado da Polícia Civil (PC) Jesus Pablo Barbosa contou ao CORREIO* que o salário é uma das grandes dores da categoria, sem reajuste em paridade com a inflação desde 2013.
“Um investigador tem o inicial líquido abaixo de três salários-mínimos. A evasão é muito grande, já que é voz corrente entre os recém ingressados a possibilidade de sair. Eles estão esquentando cadeira enquanto se preparam para outros concursos. A polícia perde com isso, porque formamos o homem e eles não ficam já que os mais qualificados vão para outros ambientes, causando uma deficiência de pessoal na corporação”, disse.
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