Com a paralisação dos motoristas da empresa Joafra Transportes iniciada na última terça-feira (28), em Juazeiro, Norte da Bahia, os usuários continuam sem acesso ao transporte público e sofrendo as consequências da falta do serviço.
Mesmo sendo afetada com a paralisação, a grande maioria dos usuários do transporte coletivo tem se manifestado a favor dos motoristas que reivindicam o cumprimento de direitos trabalhistas. Pelas redes sociais do PNB, os leitores demonstram apoiar o movimento, mas pedem que a gestão municipal intervenha para que o serviço seja restabelecido.
Em mensagem ao PNB, a leitora Ana pediu uma posição da prefeitura: “Venho em nome da população de Juazeiro pedir uma posição da prefeitura, do Prefeito Andrei Gonçalves e do proprietário da empresa Joafra. Que dia irão liberar os ônibus? Sei que tem muito pai de família querendo seus direitos pelo que trabalharam, mas nós usuários precisamos utilizar o transporte público. Todos os meses recarregamos nossos cartões para utilizar o transporte. Quem tem dinheiro vai de moto Uber e quem não tem? Estamos a mercê de vocês. Qual é a posição da prefeitura? Jogam para um lado e para o outro e nada se resolve. Simplesmente, paguem a quem vocês devem e liberem os ônibus pra nós. Cadê os vereadores que na hora que mais precisamos somem? Estamos cansados de tantos descasos”, protestou a usuária.
O representante da categoria, Bispo do Rovoviários, em entrevista ao PNB, afirmou que a paralisação continua e também pediu a intervenção da gestão Andrei Gonçalves, junto à empresa Joafra, para se chegar a uma solução.
Paralisação
Os trabalhadores da empresa protestam contra o descumprimento de direitos trabalhistas, como salários atrasados, Ticket Alimentação, já há dois meses sem pagar, FGTS sem depositar, falta de oferta de fardamento para os motoristas, trabalhadores que saem de férias sem receber, acúmulo de função que não estaria sendo pago devidamente, conforme informou ao PNB, o presidente do Sindicato Rodoviário de Juazeiro e Região, Antenor Arcanjo Bispo, Bispo dos Rodoviários.
Em entrevista ao Programa Preto No Branco na Transrio FM, Bispo dos Rodoviários informou que a categoria está aguardando uma resposta da empresa e que os motoristas só retomarão as atividades após o pagamentos da quinzena já vencida e do Ticket de Alimentação. Ainda de acordo com o sindicalista, até o momento não houve um posicionamento da Joafra quanto as reivindicações e, por isso, o movimento paredista vai continuar.
Bispo dos Rodoviários disse ainda que a Joafra tem alegado que a Prefeitura de Juazeiro está devendo cerca de 2 milhões à empresa.
Segundo ele, a Setranvasf acusou o município de ter um débito de R$ 77.327,20, referente a Vale Transporte; R$ 1.533. 642, 60 de gratuidade emitida até dezembro de 2024 e mais a gratuidade referente a janeiro de 2025, no valor de 318.867,80, o que gera um total de R$ 1. 929.837,60.
A administração municipal, procurada novamente pelo PNB, nesta quarta-feira (29) reforçou que “não foi identificada qualquer dívida com a Empresa Joafra Transportes e que, até a presente data, o Município não recebeu nenhum demonstrativo dos supostos valores em aberto, bem como notas fiscais que comprovariam serviços prestados pela mesma. É importante salientar que, de acordo com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), a responsabilidade pelo pagamento de salários e demais direitos trabalhistas dos funcionários é do empregador que os contratou. Até que comprovem algo a NOTA OFICIAL é essa,” reafirmou a Ascom do município.
Em nota à Rede GN, a Joafra afirmou que a paralisação seria “ilegal, sem qualquer aviso prévio, mas que as providências cabíveis serão tomadas para evitar novas paralisações”.
A empresa disse ainda que que desde o início do ano está em contato com a nova administração municipal, “a fim de mostrar o desequilíbrio econômico/financeiro do sistema de transportes, alertando para o colapso que vem sendo enfrentado”. A Joafra afirmou ainda que tem solicitando os pagamentos de valores devidos pelo município para que possa honrar com os salários dos colaboradores e fornecedores”.
Enquanto o impasse permanece, em entrevista ao PNB, Bispo dos Rodoviários questionou: “Nós somos funcionários da Joafra ou da prefeitura”?
Redação PNB