Uma aluna do 3º semestre do curso de Enfermagem da Escola Técnica Dra. Valquíria Saturnino, em Juazeiro, no norte da Bahia, entrou em contato com o Portal Preto no Branco para relatar supostas negligência acadêmica e irregularidades na instituição.
Segundo Rosineide Gomes, a escola não está lançando as notas das disciplinas já concluídas no portal acadêmico.
“Quero expor a falta de compromisso da instituição com os alunos. Várias matérias concluídas há meses ainda estão sem o lançamento das notas no portal ‘Genius’, criado pela própria escola. Entrei em contato via WhatsApp com o coordenador pedagógico no dia 07/01, mas não obtive resposta. Somente em 01/04/25 ele respondeu, informando que estaria regularizando as notas, isso quase três meses depois. No entanto, até hoje, várias notas continuam ausentes. Após questionar e dizer que procuraria meus direitos, nos dias 11/06 e 16/06, apenas três notas foram lançadas. Sem as notas no sistema, como os estudantes vão comprovar que foram aprovados na matéria? Se não está no sistema, não há nenhuma garantia de que passei. Imagine os alunos que estão próximos de se formar enfrentando problemas com as notas e tendo que pagar novamente para cursar alguma disciplina por erro da instituição. Isso é uma irresponsabilidade com os alunos”, afirmou a estudante.
Além da falta de transparência nas avaliações, Rosineide questiona a carga horária de aulas ministradas por um dos professores da instituição.
“No dia 16/07, questionei o coordenador sobre como ficaria a carga horária de uma disciplina, já que o horário da aula é das 19h às 22h. O professor, que possui outros vínculos empregatícios, só chega à instituição às 19h30. O coordenador preferiu não responder, mas logo depois anunciou que o referido professor iria ministrar outra disciplina. O professor, por sua vez, disse aos alunos que ‘a aula começaria às 19h, mas que a chamada seria feita às 19h, 20h, 21h e 22h’, como retaliação às reclamações. Vários alunos estão preocupados com essa situação”
A estudante relatou também o alto número de recuperações em uma das disciplinas ministradas por esse professor.
“Na matéria de Saúde Mental, este mesmo professor deixou em recuperação 14 alunos, o que representa metade da sala. Isso não é estranho?”, questionou ela.
Rosineide contou ainda que após reclamações feitas por ela, a coordenação realizou em reunião com os alunos e o professor. De acordo com ela, durante a conversa, foram feitas supostas ameaças veladas ao futuro profissional dos estudantes.
Segundo ela, tanto o coordenador, quanto o professor, afirmaram que os alunos precisam “amadurecer” e que, quando estiverem empregados, as empresas poderiam entrar em contato com a escola para obter referências.
“Disseram que se alguma empresa pedir informação vão passar que já causamos ‘problemas’ para nos prejudicar no mercado de trabalho. O professor ainda afirmou que, se ele estiver como enfermeiro em algum local de trabalho, ‘já tira logo o currículo de lado’.”
A aluna afirma possuir registros de tentativas de resolver a situação diretamente com a instituição.
Encaminhamos o caso para a Escola Técnica Dra Valquíria Saturnino e aguardamos um posicionamento.
Redação PNB