Mãe de aluno com autismo do Colégio Rui Barbosa, em Juazeiro, denuncia tratamento dado ao filho de 12 anos pela vice-diretora: “Foi agressiva, ofensiva e preconceituosa”

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A mãe de uma criança de 12 anos com o Transtorno do Espectro Autista e também diagnosticado com TDH, procurou o PNB para denunciar o tratamento dado ao seu filho pela vice-diretora do Colégio Estadual Rui Barbosa, em Juazeiro, Norte da Bahia, onde o aluno cursa do sétimo ano. A mãe informou ainda que o filho é atendido pela unidade de saúde mental infantil de Juazeiro e possui laudo médico comprovando os transtornos.

Ela contou que já algum tempo a criança vem sendo hostilizada pela educadora da instituição escolar. Nesta quarta-feira (12), após ser comunicada de que o filho teria sido suspenso das aulas, foi até a escola saber o motivo e a profissional de educação teria atendido a mãe com agressividade e dito palavras ofensivas ao aluno.

“Meu filho vem sofrendo agressões verbais dentro do colégio, pela vice-diretora e por alguns professores. A vice-diretora já chegou a perguntou a mim se eu não queria tirar ele de lá, porque não estava mais aguentando meu filho na escola. Ele tem transtorno, é autista, tem laudo e toma remédio controlado. Hoje eu fui até a escola, porque ele tinha sido suspenso, por ter pegado uma caneta da colega, que devolveu depois. Ele chegou em casa me contando e fui lá saber o que tinha acontecido. Só que eu quando eu comecei a falar com a vice-diretora, ela não quis nem saber desse assunto e nem falar porque ele tinha sido suspenso. Foi agressiva e chegou a dizer que tinha visto umas fotos dele no Instagram, fazendo gestos com a mão. Perguntou a criança, na minha frente, se ele bebia e ele respondeu que não. Perguntou se ele era de facção, ele também disse que não. Ela chegou ao ponto de dizer que ele não tinha problema nenhum, que nem louco ele era porque não rasgava dinheiro e que meu filho ficava se escondendo atrás dos remédios. Disse ainda, na minha cara e na cara do meu filho, que ele poderia cair numa ‘vala’, que poderia morrer com um tiro no meio da cabeça. Isso me abalou muito, abalou meu filho que teve uma crise quando chegou em casa”, desabafou a mãe.

Ela disse ainda que, no momento, ficou sem reação e criticou o comportamento da educadora, a quem considera “despreparada para lidar com alunos atípicos”.

“Em momento nenhum eu discuti com ela, simplesmente peguei o meu filho e vim embora para minha casa me sentindo humilhada, violentada. Estou denunciando para que casos como este não continuem acontecendo nesta escola, onde existem outros alunos atípicos. Meu filho já sofreu outros momentos de preconceito e foi vítima do despreparo da equipe em lidar com alunos com autismo. Uma pessoa que poderia acolher a gente, me acolher como mãe atípica, e a ele também pelo transtorno que tem, mas não. Ela sempre jogou os pés. Estou me sentindo muito machucada e meu filho mais ainda, por ter ouvido isso da vice-diretora do Rui Barbosa, que deveria ter preparo para lidar com alunos atípicos e não discriminar e ser agressiva da forma que foi”, concluiu a mãe pedindo que o Núcleo Regional de Educação adote providenciais.

A mãe informou ainda que procurou a Delegacia de Polícia para registrar o caso.

Encaminhamos o caso para o Núcleo Territorial de Educação/Norte e para o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e Conselho Tutelar. Também entramos em contato com a direção do colégio e aguardamos uma resposta da instituição.

Laudo médico:

Redação PNB

 

1 COMENTÁRIO

  1. Segue um desabafo que você pode usar:

    “Peço encarecidamente às autoridades que se manifestem e olhem pelas nossas crianças. Tenho um filho em uma creche do município que necessita de apoio especializado devido ao seu laudo. No entanto, até agora, a educação se recusa a enviar um auxiliar, alegando que apenas o autismo é atendido, como se as demais síndromes não fossem importantes. Além disso, seguimos aguardando o professor de AEE, que deveria estar presente desde o início do ano letivo. É inadmissível que a gestão municipal trate com tamanho descaso as necessidades das crianças e famílias que dependem dessas políticas públicas. Senhor prefeito, isso não é apenas uma falha, é uma vergonha para sua administração. Nossos filhos merecem dignidade e inclusão. Visitem as escolas, ouçam os pais, e tomem as medidas necessárias. As nossas crianças não podem esperar mais!”

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