“Urbanismo do espetáculo”: Estudo da Univasf aponta desigualdades no desenvolvimento urbano de Juazeiro e Petrolina

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Um grupo de alunos do Programa de Mestrado em Dinâmicas de Desenvolvimento do Semiárido da UNIVASF publicou um artigo que analisa as transformações urbanas e sociais de Juazeiro, no norte da Bahia e de Petrolina, no sertão de Pernambuco, nos últimos 75 anos. O trabalho, intitulado “Urbanismo do espetáculo: dilemas do desenvolvimento territorial em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), 1950-2025”, foi publicado na Revista de Políticas Públicas e Cidades, que possui Qualis CAPES A, uma das mais importantes do país na área de urbanismo e políticas públicas.

O estudo mostra como as duas cidades, localizadas no Submédio São Francisco, se tornaram polos de fruticultura irrigada e se integraram ao mercado global. No entanto, esse avanço econômico veio acompanhado de contrastes urbanos, sociais e ambientais.

Enquanto Petrolina conseguiu ampliar investimentos em infraestrutura e visibilidade urbana, Juazeiro enfrentou instabilidade política e falhas no planejamento urbano.

“Urbanismo do espetáculo”

Os autores analisam como o chamado urbanismo do espetáculo, marcado por grandes obras e eventos, tem servido mais para promover a imagem das cidades do que para resolver os problemas reais da população.

“O modelo de desenvolvimento não pode ser importado de fora, mas construído a partir do que fomos e somos. O semiárido, com sua geografia, cultura e economia únicas, exige ações contextualizadas nisso. Quando os projetos ignoram essas especificidades e seguem padrões pensados para outras realidades, acabam priorizando o espetáculo de grandes obras e eventos em vez de soluções baseadas na história e nas necessidades locais, como a proteção das pessoas, do rio e a revitalização dos riachos”, disse Gabriel Sales, um dos autores  do estudo.

A pesquisa analisou documentos históricos, planos urbanos, legislações e produções acadêmicas entre 1952 e 2025.

Segundo Gabriel Sales, o objetivo é aproximar o conhecimento científico da população.

“A intenção é trazer reflexões e aproximar a pesquisa científica da população, para que esteja informada e possa cobrar com consciência, participando das decisões que, muitas vezes, ocorrem a portas fechadas”, disse o mestrando.

O artigo foi produzido pelos alunos João Gabriel Gomes de Sales, Mariana Santana de Jesus, Fernanda Emília Xavier de Souza e Kelma dos Santos Passos Oliveira e está disponível em: https://journalppc.com/RPPC/article/view/2535

 

Redação PNB

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