Motoboys de Petrolina e Juazeiro denunciam atrasos e exploração por parte de empresas: “Aumentam a taxa de entrega, mas não repassam o valor total pra gente”

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salvador, bahia, brazil january 6, 2021: biker is seen riding a motorcycle on a street in the city of Salvador. *** Local Caption ***

 

Em denúncia anônima, motoboys relatam dificuldades com pagamentos e possíveis práticas abusivas por parte de empresas que utilizam serviços de entrega

Um motoboy, que preferiu não se identificar por medo de represálias, procurou nossa redação para denunciar a situação enfrentada por muitos profissionais da área em Petrolina e Juazeiro. Segundo o relato, empresas que utilizam grupos de WhatsApp para solicitar serviços de entrega têm atrasado os pagamentos das taxas, além de adotarem práticas que prejudicam os motoboys.

“Tem empresas que passam dois, três dias para poder fazer o pagamento. Tem empresas que já passaram semanas sem pagar. Eu já cheguei a pagar a fatura do cartão atrasada por causa disso. Tem motoboy que passa a semana para poder receber e a empresa não paga, fica dando desculpa que vai fazer o Pix tal hora, vai fazer tal hora e nunca faz o pagamento”, desabafou o motoboy.

Além dos atrasos, o denunciante relata que algumas empresas estariam aumentando as taxas nos aplicativos, cobrando um valor mais alto dos clientes, mas repassando um valor menor aos motoboys, lucrando com a diferença.

“Elas aumentam a taxa no aplicativo para o cliente pagar mais caro, pagam um valor bem abaixo da gente e ganham dinheiro nas nossas costas. Por exemplo, no aplicativo a empresa cobra R$15,00, mas a gente recebe R$12,00. Em outra, ela cobra R$10,00, a gente recebe R$7,00. Ou seja, no aplicativo a empresa aumenta as taxas, mas não repassa o valor total pra gente. Embolsa, ganhando as custas da gente. Além de estar ganhando as custas da gente, ainda atrasa o pagamento do motoboy”, denunciou o profissional.

O motoboy também relata que algumas empresas se incomodam quando são cobradas pelos pagamentos atrasados, chegando a bloquear os profissionais. A situação tem gerado transtornos e dificuldades para os motoboys, que dependem dos pagamentos para sustentar suas famílias e manter seus veículos.

“A gente vive do que a gente produz no decorrer do dia. A gente abastece todo dia, a gente tem a manutenção da moto todos os dias, e as empresas estão se utilizando disso para não pagar a gente”, lamenta.

Ele finalizou pedindo que “as empresas possam se sensibilizar e garantam o pagamento justo e em dia pelos serviços prestados”.

Redação PNB/imagem ilustrativa

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