“Foi uma violência”: Mulher de 52 anos denuncia “experiência traumática” durante exame ginecológico na Maternidade de Juazeiro; Sesau diz que adotou medidas imediatas

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O Portal Preto no Branco recebeu, nesta quinta-feira (27), uma denúncia de suposta violência obstétrica durante um atendimento no Hospital Materno Infantil de Juazeiro (HMIJ). A paciente Maria do Desterro, de 52 anos, afirma ter sido submetida a um procedimento médico traumático na maternidade.

Ela relatou que foi encaminhada ao hospital pela Unidade Básica de Saúde do bairro João Paulo II, devido a um sangramento que já persistia por dez dias, causado por um mioma. No entanto, ao ser atendida, diz ter sido tratada com hostilidade e violência pelo médico plantonista.

“Ele disse que pensava que eu estava grávida, mas na verdade eu estou com mioma e sangrando há dez dias. Foi muito rude, ignorante, não deixou eu falar. Falou que o meu caso não era lá, que tinha que ser no posto. Eu expliquei que fui encaminhada pela UBS. Ele mandou eu subir na maca com muita brutalidade”, contou Maria.

A paciente relatou que o exame foi realizado com extrema violência, causando forte dor e sangramento.

“Ele começou a apertar muito minha barriga, sabendo que eu estava com mioma, e fez o toque com muita força. Eu não aguentava nem falar. Eu comecei a chorar. Todos que estavam na sala viram e ficaram constrangidos. Eu tenho 52 anos e nunca havia passado por isso em uma consulta ou exame. Para mim, isso foi uma violência”, desabafou.

Ela também afirma ter tido sua privacidade exposta durante todo o atendimento.

“Tinha muita gente lá dentro da sala no momento do exame. Eu fiquei exposta. Ele estava passando orientações para os residentes, que eram uns 3 ou 4 dentro da sala, e mal me deixava falar. Quando eu tentava explicar alguma coisa, ele não deixava”, acrescentou.

A filha da paciente, que acompanhava a mãe, também descreveu a situação como traumática para ambas.

“Eu avalio como maus-tratos. Ela ficou constrangida e eu também. Ele abriu a perna dela com força, de forma indelicada. Ela olhava para mim, pedindo socorro e chorando. Era ela gemendo de dor e ele passando aula para os residentes. Ela foi uma cobaia”, denunciou.

A acompanhante afirmou ainda que o sangramento da mãe piorou após o procedimento.

“Hoje o sangramento dela piorou devido a forma como o toque foi realizado. A privacidade da minha mãe foi violada, não houve nenhuma humanização. Eu cheguei em casa e comecei a chorar. Não consegui comer e dormir direito. Foi traumatizante ver os olhos de minha mãe aflitos e me pedindo socorro, sem que eu pudesse fazer nada”, contou emocionada.

Encaminhamos os relatos para a Secretaria de Saúde de Juazeiro. Em nota, a SESAU informou que “todas as medidas necessárias foram adotadas de imediato, após conhecimento da situação relatada sobre o atendimento prestado na unidade. O médico citado foi prontamente convocado para prestar esclarecimentos, garantindo total transparência no processo. A Sesau reforça que não compactua com qualquer conduta inadequada no atendimento à população. A instituição permanece integralmente disponível para prestar informações adicionais e para assegurar o acolhimento necessário à paciente envolvida. A Sesau reitera que os demais profissionais mencionados não são estudantes em formação, mas médicos residentes, já graduados, que atualmente estão em processo de especialização em Obstetrícia, atuando sob supervisão e seguindo todos os protocolos de atendimento da unidade. A Secretaria ressalta ainda que a unidade conta com estudantes de diversas áreas da saúde, que necessitam de campo de estágio para a sua formação. Todos ingressam na maternidade mediante carta de apresentação institucional, seguro acadêmico e passam previamente pelo Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). Somente após esses procedimentos, e sempre acompanhados por seus preceptores, são autorizados a adentrar a unidade, sendo orientados sobre todas as normas, rotinas e fluxos internos”.

Redação PNB/imagem ilustrativa

1 COMENTÁRIO

  1. acontece essas agressões com certeza ? infelizmente o hospital regional, hoje está com muitos médicos recém formados fazendo residência médica, sem preparo nenhum? Paciente tem que dar queixa na secretaria de saúde do ESTADO DA BAHIA, E RELATAR NA OUVIDORIA DE SAÚDE DO ESTADO , O DESTRATO QUE TIVERAM COM A PACIENTE.

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