Do lar aos espaços públicos, passando pelos serviços de saúde, a experiência feminina segue marcada por episódios de violência. Após uma mulher de 52 anos relatar ter passado por uma experiência traumática durante um atendimento ginecológico no Hospital Materno Infantil de Juazeiro, no norte da Bahia, o tema voltou a acender o alerta sobre um problema que, embora comum, ainda é pouco debatido: a violência obstétrica e ginecológica no Brasil. Quando se fala em agressões contra mulheres, até ambientes que deveriam oferecer proteção e cuidado podem se transformar em cenários de vulnerabilidade.
O episódio reacendeu no município uma preocupação que se repete de Norte a Sul do país. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no Brasil, a cada 8 minutos uma pessoa do sexo feminino é vítima de algum tipo de violência de gênero. E quando essas agressões ocorrem em consultórios, salas de exames ou durante o parto, momentos em que a mulher está fragilizada, muitas vezes sozinha e totalmente dependente da equipe de saúde, o impacto emocional pode ser ainda mais devastador.
O que é violência ginecológica e obstétrica?
A violência obstétrica ocorre quando mulheres sofrem maus-tratos, desrespeito, negligência, procedimentos sem consentimento ou práticas abusivas durante o pré-natal, o parto ou o pós-parto. Já a violência ginecológica tem padrões semelhantes, mas se refere a consultas e exames fora do contexto da gestação.
Essas violências podem ser cometidas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem ou outros profissionais de saúde, e vão desde comentários constrangedores até intervenções físicas sem autorização. Falhas estruturais de clínicas, hospitais e do sistema de saúde também podem representar violência.
Como ela acontece? Principais formas
Entre as práticas mais relatadas estão procedimentos realizados sem explicação ou consentimento, como toques repetidos e exames dolorosos que poderiam ser evitados ou conduzidos de forma menos invasiva. Há também situações de negligência, quando a mulher é deixada sozinha, sem atendimento adequado, sem informações claras ou suportando dores intensas sem que a equipe tome providências.
A violência verbal e psicológica também é frequente. Comentários machistas, críticas ao corpo ou insinuações de que a paciente estaria exagerando na dor também representação violência.
Além disso, o uso abusivo de intervenções médicas, como cesáreas sem indicação precisa ou manobras dolorosas empregadas sem necessidade, contribui para experiências traumáticas. Em alguns casos, até direitos garantidos por lei são desrespeitados, como a presença de um acompanhante de escolha da gestante durante o parto.
A postura de minimizar queixas de dor, tratá-las como algo natural ou inevitável, também configura violência, pois desconsidera a autonomia e o bem-estar físico e emocional da paciente.
No caso relatado pela mulher de 52 anos, ela disse ter sido tratada com violência e desrespeito pelo médico plantonista, situação que ilustra um cenário ainda comum nos serviços de saúde do país.
Como denunciar violência obstétrica e ginecológica?
Para mulheres que se sentirem violentadas durante atendimentos obstétricos ou ginecológicos, há caminhos possíveis para denunciar. A primeira etapa é registrar denúncia na ouvidoria da unidade onde ocorreu o atendimento ou na Secretaria de Saúde. Também é possível buscar apoio na Defensoria Pública, registrar ocorrência em delegacias especializadas de atendimento à mulher ou procurar organizações que atuam na defesa dos direitos das pacientes.
Informar-se sobre os próprios direitos é fundamental. Toda mulher tem direito a acompanhante no parto, a receber explicações claras sobre cada procedimento, a recusar intervenções desnecessárias e a ser tratada com respeito e dignidade.
Redação PNB, por Rayza Rocha



Rapaz Juazeiro continua com esse problema na maternidade entra prefeito e sai prefeito e continua o vou já falando se uma mulher minha for parir aí nessa maternidade e acontecer alguma coisa com ele o bicho vai pega só tem secretários incompetente está avisado