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Mpox: Anvisa simplifica regra para importação de vacina e medicamento

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A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou resolução que dispensa registro e autorização excepcional de importação de medicamentos e vacinas adquiridos pelo Ministério da Saúde para prevenção ou tratamento da mpox.

A norma, aprovada por unanimidade, tem caráter provisório e excepcional e permite que a pasta solicite a dispensa de registro de medicamentos e vacinas que já tenham sido aprovados para prevenção ou tratamento da doença pelas seguintes autoridades reguladoras internacionais:

– Organização Mundial da Saúde (OMS);

– Agência Europeia de Medicamentos (EMA);

– Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA);

– Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA);

– Agência de Produtos Farmacêuticos e Equipamentos Médicos/Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar do Japão (PMDA/MHLW);

– Agência Reguladora do Canadá (Health Canada).

Em nota, a Anvisa destacou que as condições de uso e distribuição dos medicamento e vacinas a serem importados devem ser as mesmas aprovadas e publicizadas pelas autoridades reguladoras listadas.

“O medicamento ou vacina deve ter todos os locais de fabricação, incluindo linhas e forma farmacêutica, aprovados por autoridades reguladoras membros do Esquema de Cooperação em Inspeção Farmacêutica.”

Ainda de acordo com o comunicado, o pedido de dispensa de registro será avaliado prioritariamente pelas áreas técnicas da agência e a decisão deverá ocorrer em até sete dias úteis.

“A norma prevê um rito simplificado e prioritário para a importação dos medicamentos e vacinas, semelhante ao modelo já adotado para as importações via Covax Facility”, destacou a Anvisa, ao se referir à uma aliança internacional conduzida pela OMS para acelerar o desenvolvimento e a produção de vacinas contra covid-19.

Público-alvo

Segundo a agência, o ministério ficará responsável por estabelecer grupos classificados como vulneráveis e prioritários para o uso de medicamentos e vacinas para mpox. Caberá à pasta, ainda, o monitoramento dos insumos importados e dos pacientes, além da divulgação de orientações para serviços de saúde, notificações de eventos adversos e queixas técnicas.

“[O ministério] também deverá assegurar que os medicamentos ou vacinas atendam às condições aprovadas pela autoridade sanitária internacional e garantir que as vacinas somente sejam utilizadas após sua liberação pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (INCQS/Fiocruz).”

Os medicamentos e vacinas adquiridos por meio desta resolução poderão ser utilizados até o final do seu prazo de validade.

“Com a aprovação da norma, a Anvisa tem como objetivo a simplificação documental e a agilidade do processo de importação, de modo a facilitar o acesso da população brasileira aos medicamentos ou vacinas já aprovados por outra autoridade regulatória internacional para o tratamento ou prevenção da mpox. A medida é fundamental para o enfrentamento da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, declarada novamente pela OMS no último dia 14 de agosto.”

Agência Brasil

Prouni: resultados da 2ª chamada saem nesta sexta-feira

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O Ministério da Educação (MEC) divulga, nesta sexta-feira (23), o resultado da segunda chamada do Programa Universidade para Todos (Prouni), referente ao processo seletivo do segundo semestre de 2024.Para conferir se estão contemplados, os estudantes devem acessar o Portal Único de Acesso ao Ensino Superior. Até as 11h desta sexta-feira, a relação ainda não estava disponível.

O programa federal oferece bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação e sequenciais de formação específica em instituições de educação superior privadas. A iniciativa tem duas edições por ano.

Em 2024, o MEC ofertou 651.483 bolsas no Prouni, entre integrais (100%) e parciais (50%). Nas duas edições do ano, o programa teve 910.419 candidatos inscritos. Como cada participante pode escolher até dois cursos, o Prouni teve mais de 1,8 milhão de inscrições neste ano.

Documentação

Os candidatos pré-selecionados devem comprovar presencialmente ou encaminhar por meio virtual para a instituição de educação superior para a qual se inscreveram todas as informações prestadas no ato da inscrição, até 4 de setembro. A documentação será encaminhada ao coordenador do Prouni dentro da própria instituição.

A instituição de ensino superior deverá disponibilizar, em suas páginas na internet, campo específico para o encaminhamento. Ao receber a documentação do candidato, as instituições de educação superior privada devem, obrigatoriamente, entregar ao candidato um comprovante da entrega da documentação.

Além disso, precisarão registrar a aprovação ou reprovação dos participantes no Sistema Informatizado do Prouni. A instituição também deve emitir o termo de concessão de bolsa ou de reprovação do pré-selecionado.

Cronograma

Após o período de comprovação das informações, o Ministério da Educação abrirá a lista de espera aos interessados em obter bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação, ainda neste segundo semestre.

Os interessados em participar da lista de espera deverão se manifestar por meio do site do Prouni, nos dias 11 e 12 de setembro. O resultado da lista estará disponível no dia 17 do mesmo mês.

De 17 a 26 de setembro, os pré-selecionados por meio da lista de espera devem entregar nas instituições de ensino a documentação que comprove as informações prestadas no ato da inscrição.

Prouni

Criado em 2004, o Programa Universidade para Todos oferta bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação e sequenciais de formação específica em instituições de educação superior privadas.

O Prouni ocorre duas vezes ao ano e tem como público-alvo o estudante sem diploma de nível superior. O MEC aponta que o público-alvo a ser beneficiado é o estudante sem diploma de nível superior.

Para bolsas integrais, a renda familiar bruta mensal per capita do candidato inscrito não pode exceder o valor de um salário-mínimo e meio (R$ 2.118 por pessoa). No caso de bolsas parciais, a renda familiar bruta mensal por pessoa exigida é de até três salários mínimos (R$ 4.236 por pessoa, em 2024).

Para esclarecimento de dúvidas sobre o programa, o ministério disponibiliza o telefone 0800-616161.

 

Agência Brasil

Mosquito aedes aegypti usa infravermelho para detectar alvos humanos

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O mosquito Aedes aegypti utiliza o infravermelho para detectar e alcançar seu objetivo de picar seres humanos, segundo um estudo publicado na revista Nature.
Este mosquito é um dos principais vetores de transmissão de vírus que causam dengue, febre amarela, zika e chikungunya, um efeito colateral de seu principal objetivo: se alimentar de sangue, preferivelmente humano.
Para isso, o mosquito integra simultaneamente vários métodos de detecção, detalha o estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara.
O Aedes aegypti detecta primeiro a flutuação mínima de dióxido de carbono (CO2) no ar, provocada pela respiração do ser humano. Esta detecção é feita a mais de dez metros do indivíduo.
Segundo o estudo, publicado na última quarta-feira (21), este feito “aumenta a sua atividade locomotora e incrementa sua reatividade a outros estímulos provenientes do hospedeiro”, especialmente os sinais olfativos do odor humano, detectáveis a uma distância de um a dois metros.
Visto que o Aedes aegypti tem “acuidade visual ruim”, a eficácia desses sinais é diminuída por possíveis correntes de ar.
O inseto sabe que está perto de alcançar seu objetivo quando está a menos de dez centímetros da pele humana, que ele detecta através da umidade e do calor.
A equipe da Universidade da Califórnia, dirigida pelo professor Craig Montell, pesquisou se o Aedes aegypti poderia utilizar também a radiação infravermelha transmitida por todo ser vivo para facilitar seu objetivo.
Os pesquisadores realizaram um experimento colocando 80 mosquitos fêmeas em uma jaula, a poucos centímetros de duas placas, uma em temperatura ambiente de 29,5ºC, típica de um país quente, e a outra na temperatura da pele humana: 34ºC.
Este dispositivo também permite a emissão de uma discreta nuvem de CO2 e a difusão do cheiro de suor humano de uma luva velha.
Os pesquisadores observaram que um único sinal, seja CO2, odor ou radiação infravermelha da placa na temperatura da pele, provocou uma resposta muito fraca. No entanto, a resposta foi significativamente mais forte com a combinação de odor e CO2, e mais ainda quando se associou radiação infravermelha, odor e CO2.
Os autores supõem que “a detecção por infravermelho poderia ser amplamente utilizada pelos mosquitos para atingir hospedeiros de sangue quente”. Se assim for, os pesquisadores citam a possibilidade de projetar “armadilhas mais eficazes”.
O dia

IFSertãoPE: inscrições abertas para cursos de especialização

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O Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE) está com inscrições abertas para os cursos de pós-graduação lato sensu em Pós-colheita de Produtos Hortifrutícolas e Metodologia do Ensino de Línguas.

Esta sendo ofertadas 30 vagas para cada um dos cursos com reservas para pessoas com deficiência e pretos, pardos e indígenas, na modalidade à distância pelos campi Petrolina Zona Rural e Salgueiro. As inscrições poderão ser realizadas entre os dias 20 de agosto e 09 de setembro, através de formulário eletrônico disponível no site da instituição.

As vagas são ofertadas para pessoas que tenham concluído, pelo menos, um curso do Ensino Superior, dentro das áreas de formação estabelecidas pelo edital, reconhecido pelo Ministério da Educação. A seleção será realizada em duas etapas: a homologação das inscrições e a classificação de candidaturas. Na primeira, será elaborada uma lista, a partir do ranqueamento das notas declaradas e da análise da documentação básica enviada, com um número igual ao dobro das vagas disponíveis. Na segunda, será feita a análise da documentação comprobatória de autoavaliação encaminhada pelos candidatos, limitado ao número de vagas ofertadas por curso. A anexação de documentos em branco, com rasuras ou ilegíveis pode resultar na eliminação do candidato.

A publicação do resultado final da seleção está previsto para dia 02 de outubro e as matrículas sejam realizadas nos dias 03 e 04 do mesmo mês.

Redação PNB com informações IFSertãoPE

Obras da Travessia Urbana de Juazeiro avançam com içamento de vigas no viaduto próximo a Lagoa do Calu

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As obras da Travessia Urbana de Juazeiro avançam de forma significativa. Nas últimas semanas, foi iniciada a etapa de içamento das vigas do Viaduto 3, próximo à Lagoa do Calu, um marco importante no cronograma do projeto.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que, ao longo de todo o período das obras, foram implementados desvios e sinalizações apropriadas para garantir a segurança e a fluidez do tráfego. A entidade destaca a importância de os condutores respeitarem a sinalização para evitar acidentes e minimizar transtornos.

As intervenções fazem parte de um projeto contínuo de melhoria da infraestrutura viária da região, beneficiando tanto os moradores quanto os usuários das rodovias. O DNIT agradece a compreensão e a colaboração de todos, reforçando seu compromisso com a segurança e a eficiência na execução das obras.

 

Ascom

Inscrições para Fies do 2º semestre começaram quinta-feira (22)

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As inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do segundo semestre começaram na última quinta-feira (22) exclusivamente pela internet, por meio do sistema de Seleção do Fies (FiesSeleção). O candidato precisa de uma conta Gov.br para se inscrever. O prazo vence no dia 27 de agosto e o resultado deve ser divulgado no dia 9 de setembro.

Para a inscrição, o interessado precisa informar e-mail pessoal válido; nomes e número de registro no CPF dos membros de seu grupo familiar com idade igual ou superior a 14 anos e as respectivas datas de nascimento; e renda bruta mensal de cada componente.

Podem se inscrever em processos seletivos do Fies candidatos que, cumulativamente, atendam às seguintes condições:

– Ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010, com nota válida até o momento anterior à abertura das inscrições, além de obtido média aritmética das notas nas cinco provas igual ou superior a 450 pontos e nota na prova de redação acima de zero. O candidato não poder ter participado do exame como “treineiro”.

– Possuir renda familiar mensal bruta per capita até três salários mínimos.

“Compete exclusivamente ao candidato certificar–se de que cumpre os requisitos estabelecidos para concorrer a cada processo seletivo, observadas as vedações previstas em edital do processo seletivo vigente”, destacou o Ministério da Educação (MEC).

Entenda

Instituído em julho de 2001, o Fies tem como objetivo conceder financiamento a estudantes em cursos superiores não gratuitos, com avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e ofertados por instituições de educação superior privadas que participam do programa.

Agência Brasil

Polícia Civil apreende maior quantidade de cocaína do ano na Bahia

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De acordo com a Polícia Civil da Bahia, uma operação realizada na região de Irecê resultou na maior apreensão de cocaína do ano. Dois homens foram presos em flagrante e um adolescente apreendido. A ação desarticulou um laboratório de refino da droga, avaliada em R$ 11 milhões. A Polícia civil aponta que as investigações tiveram início há um ano e as diligências apontaram que o grupo criminoso atuava nas regiões de Irecê, Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e Ibotirama. O refino da droga era realizado no laboratório e o entorpecente era distribuído na capital baiana e em cidades do interior.

Na propriedade, além dos três flagranteados, foram apreendidos centenas de tabletes de cocaína, uma pistola calibre 9 mm, municiada, um veículo onde estavam armazenadas dezenas de tabletes da droga com destino a Salvador, uma balança importada, quatro liquidificadores industriais, duas prensas hidráulicas avaliadas em R$ 36 mil, centenas de quilos de sílica pirogênica (pó utilizado para a produção da cocaína) e fitas adesivas utilizadas para embalar os entorpecentes.

A operação contou com a participação de equipes da Coordenação de Apoio Técnico à Investigação (CATTI/Chapada), CATTI/Diamantina, Serviço de Investigação (SI) das unidades territoriais de Xique Xique, Lapão e Ibipeba e da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE/Irecê).

Bahia BA

Vacina brasileira contra a mpox está próxima dos testes em humanos

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O Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informou estar próximo de iniciar a última etapa no desenvolvimento de uma vacina nacional contra a mpox, os testes em humanos. “A equipe está produzindo o chamado Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento (DDCM) para enviar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, assim, receber o sinal verde para começar os testes em humanos”, informou.

O imunizante brasileiro ganhou maior projeção depois que a mpox foi declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) emergência em saúde pública de importância internacional, em razão do risco de disseminação global e de uma potencial nova pandemia. A vacina nacional, entretanto, já vinha sendo desenvolvida há 2 anos, desde a primeira emergência global provocada pela doença.

De acordo com a UFMG, a dose brasileira utiliza um vírus atenuado e não replicativo, o que torna o imunizante “extremamente seguro”, inclusive para uso entre imunossuprimidos e gestantes. Os testes iniciais da vacina, segundo a universidade, apresentaram bons resultados, demonstrando “indução de neutralizantes, resposta celular e resposta robusta contra a doença”.

Nas redes sociais do CTVacinas, a líder da Plataforma de Vetores Virais e Expressão de Célula Eucariota, Karine Lourenço, explicou que, durante a fase de pesquisa, a vacina demonstrou ser “protetora e esterilizante”.

Segundo ela, o país já é capaz de produzir em larga escala a cepa atenuada do vírus vaccinia, gênero causador da doença. “Estamos prontos, em pouquíssimo tempo, para poder submeter essa vacina à Anvisa. E, quem sabe aí, o ensaio clínico”.

Prioridade

Esta semana, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) informou que o imunizante nacional contra a mpox figura como uma das prioridades da Rede Vírus, comitê de especialistas em virologia criado para o desenvolvimento de diagnósticos, tratamentos, vacinas e produção de conteúdo sobre vírus emergentes no Brasil.

Em nota, a pasta destacou que, em 2022, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos doou para a UFMG material conhecido como semente do vírus da mpox, uma espécie de ponto de partida para o desenvolvimento do insumo farmacêutico ativo (IFA), matéria-prima utilizada na produção do imunizante.

“No momento, a pesquisa está na fase de estudo para o aumento da produção, verificando a obtenção de matéria-prima para atender a demanda em grande escala”, informou o ministério.

A dose, segundo a pasta, é composta por um vírus semelhante ao da mpox, atenuado através de passagens em um hospedeiro diferente, até que perdesse completamente a capacidade de se multiplicar em hospedeiros mamíferos, como o ser humano.

Outras vacinas

De acordo com a OMS, existem, atualmente, duas vacinas disponíveis contra a mpox. Uma delas, a Jynneos, produzida pela farmacêutica dinarmaquesa Bavarian Nordic, também é composta pelo vírus atenuado e é recomendada para adultos, incluindo gestantes, lactantes e pessoas com HIV.

O segundo imunizante é o ACAM 2000, fabricado pela farmacêutica norte-americana Emergent BioSolutions, mas com diversas contra indicações, além de mais efeitos colaterais, já que é composta pelo vírus ativo, “se tornando assim, menos segura”, conforme avaliação do próprio MCTI.

Com a declaração de emergência global, o Ministério da Saúde anunciou que negocia a compra de 25 mil doses da Jynneos junto à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Desde 2023, quando a Anvisa aprovou o uso provisório do imunizante, o Brasil já recebeu cerca de 47 mil doses do imunizante e aplicou 29 mil.

Agência Brasil

Mpox: a dificuldade de avaliar o perigo da doença

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No último dia 14, a OMS declarou que o cenário de mpox no continente africano constitui emergência em saúde pública de importância internacional em razão do risco de disseminação global e de uma potencial nova pandemia. Este é o mais alto nível de alerta da entidade.

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Qual o nível de perigo da mpox? Uma cepa é mais mortal que outra? Enquanto as preocupações sobre a doença aumentam em todo o mundo, as respostas são mais incertas do que números alarmistas podem sugerir.
A mpox apareceu entre os humanos por volta de 1970 na República Democrática do Congo (RDC). Durante décadas, a doença, conhecida por muito tempo como “varíola dos macacos”, permaneceu limitada a 10 países africanos com uma taxa de mortalidade incerta, estimada entre 1% e 10%.

Esta incerteza aumentou em 2022, quando a doença se espalhou pelo mundo. Nos novos países, especialmente nos ocidentais, a mortalidade revelou-se muito baixa: cerca de 0,2%. As flutuações têm diversas explicações.

Em primeiro lugar, o contexto de saúde é diferente nos países africanos, onde a doença está presente há muito tempo, e nos países ocidentais, onde apareceu recentemente.

“O perigo para os seres humanos depende em grande parte (…) da qualidade dos cuidados (de saúde) na região onde vivem”, destaca o virologista Antoine Gessain, especialista na doença.

É mais provável que um paciente receba um tratamento imediato e apropriado na Europa ou nos Estados Unidos do que na maioria dos países africanos.

Portanto, é provável que a mortalidade de 3,6% atualmente registrada na RDC, epicentro da epidemia em curso, fosse muito menor se o vírus começasse a circular ativamente nos países ocidentais.

Crianças desnutridas 

O contexto da epidemia também influencia o contágio: alguns pacientes são muito mais vulneráveis. As mortes registradas na RDC – mais de 500 entre cerca de 15 mil casos – são principalmente de crianças, em um país onde a desnutrição é significativa.

As mortes na epidemia de 2022-2023 – cerca de 200 em quase 100 mil casos – ocorreram entre adultos com sistema imunológico comprometido pelo HIV.

Estes diferentes perfis são explicados não só pela geografia, mas também pelos modos de transmissão, que variam de acordo com as epidemias.

A de 2022-2023 foi disseminada principalmente através de relações sexuais entre homens homossexuais ou bissexuais.

Outro fator acrescenta uma camada de complexidade: a mpox é causada por diferentes grupos do vírus, chamados clados, e é difícil determinar suas diferenças em termos de periculosidade e transmissão.

Comparações complicadas 

A epidemia de 2022-2023 foi causada pelo clado 2, ativo principalmente na África Ocidental, mas também no sul do continente. Atualmente, o surto mortal na RDC é causado pelo subtipo 1, que está concentrado na África Central.

Outra epidemia atinge a RDC, afetando principalmente adultos, e está relacionada a uma variante do clado 1 que apareceu recentemente, a 1b.

A situação contribuiu para uma confusão midiática, que descreveu a variante 1b como mais perigosa do que as pré-existentes.

“Lemos nos principais veículos coisas bastante categóricas sobre a gravidade ou periculosidade da nova subvariante 1b, sem muito o que as respalde”, lamenta a virologista holandesa Marion Koopmans ao site britânico Science Media Centre.

De fato, as epidemias do clado 1 estão historicamente associadas a uma mortalidade mais elevada do que as do clado 2.

Ainda assim, os especialistas pedem cautela antes de afirmarem que o clado 1 é mais perigoso. Até porque esta versão do vírus foi detectada pela primeira vez fora da África, na Suécia, em meados de julho.

O dia