“E agora, o que vamos fazer?” questionam, desesperados, pacientes da Apami/ Petrolina-PE

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“Eu estou muito desolada. A Apami é um lugar onde nós somos muito bem acolhidos e agora eu não sei onde vou continuar meu tratamento. A suspensão das atividades na unidade causa uma dor muito grande em quem está lutando contra o câncer, porque além da dúvida se teremos um novo dia, agora  também estamos convivendo com a incerteza se teremos os medicamentos e os tratamentos que necessitamos para continuar vivendo. Nós estamos pedindo socorro!”.

Este é o desabafo de uma das pacientes Hospital Dom Tomás/APAMI, em Petrolina-PE. Katússia Almeida, tem 39 anos, mora em Juazeiro-BA e descobriu a doença no dia 29 de setembro de 2016. Desde então, ela segue o tratamento no Instituto do Câncer Ivete Sangalo, em Salvador e no Centro de Oncologia da Apami.

“Eu escolhi fazer o tratamento oncológico na Apami para ficar mais próximo da minha família, para reduzir os custos financeiros e também pelas boas referências que a unidade tem em relação a humanização do atendimento. Sempre fui muito bem recebida e acolhida por toda equipe.  Hoje eu, assim como outros pacientes, necessitamos de medicamentos que são doados, todos os meses, pela Apami. Não podemos ficar um dia sem essa medicação, mas agora não sabemos o que vamos fazer, pois não temos condições de comprar esses medicamentos”, acrescentou Katússia.

Desde esta terça-feira (09), centenas de pacientes dos estados de Pernambuco, Bahia e Piauí estão sem receber o atendimento gratuito e fundamental na luta contra o câncer oferecido pela Apami. A unidade oncológica oferece atendimentos ambulatoriais, internações, tratamentos quimioterápicos e distribuição de medicamentos. Em nota, o diretor técnico da instituição, Gray Portela, declarou que os atrasos de repasses e dívidas acumuladas pela Secretaria de Saúde de Pernambuco, impossibilitaram a continuidade do atendimento à população.

Ainda de acordo com o documento divulgado ontem (08),  o Centro de Oncologia vem enfrentando com frequência, dificuldades financeiras para compra de medicamentos, insumos e pagamentos de funcionários.

O músico Wanderley do Nordeste, que também enfrenta um câncer, se manifestou sobre a suspensão dos atendimentos na unidade. “Eu gostaria que não só as autoridades, mas todos os moradores da nossa região fossem fazer uma visita a Apami para saber o valor que uma vida tem. Estão fechando as portas para os mais humildes, para quem não tem dinheiro para tentar fazer um tratamento particular. Pessoas que estão precisando de uma única oportunidade para continuar vivendo. Ontem mesmo eu precisei ser atendido na Apami e graças a Deus os exames mostraram que o meu problema desapareceu. Agora vou precisar de um acompanhamento médico por cinco anos. Agora penso nos outros pacientes que estão precisando desse tratamento com urgência”, declarou Wanderley.

Nas redes sociais da Apami Petrolina, uma campanha está sendo realizada pedindo doações em dinheiro para que a unidade continue salvando vidas e oferecendo o tratamento contra o câncer.

Veja:

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O PNB procurou a Assessoria de Comunicação da Secretária de Saúde de Petrolina, que também repassa recursos para a Apami, referentes a uma parceria firmada com a instituição.

Em nota, o órgão declarou que “tem honrado com todos os compromissos firmados com a instituição,  que presta importantes serviços ao povo do Vale do São Francisco. Diante da situação de dificuldade da Apami, a secretaria adiantou, já esta semana, os repasses financeiros que deveriam ser pagos apenas nos próximos meses. Ainda assim, a Secretaria lamenta a situação da instituição, que teve os serviços suspensos por conta do valor não pago pelo Governo do Estado e que chega a um montante superior a R$ 5 milhões”.

Já a Secretária Estadual de Saúde garantiu, também em nota, “que não tem medido esforços para regularizar o repasse às unidades de saúde e que vem dialogando com a unidade para que a situação seja resolvida de maneira rápida e responsável”.

Da Redação Por Yonara Santos

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