Univasf arquiva processo que investigava autores do hino do time Atlética Carranca

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Um ano após a repercussão do hino do time Atlética Carranca, cantado pela torcida organizada de alunos do curso de medicina, durante os jogos universitários da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), A assessoria de comunicação da Univasf  informou em nota que foi realizada uma  reunião na quarta-feira (18) e decidiram pelo arquivamento do processo, aprovado na Câmara de Ensino com apenas uma abstenção. “A Subcomissão de Processo Disciplinar Acadêmico, criada no âmbito da Comissão Disciplinar Acadêmica (CDA), para tratar do caso foi instituída em 21 de novembro de 2015 pela Portaria N° 29, que estabeleceu 60 dias para a conclusão dos trabalhos; e prorrogada por mais 60 dias em 21 de março de 2016 pela Portaria N° 11, ambas da Proen. Durante a investigação, foram ouvidos representantes do DCE, organizadores dos Jogos Universitários e do Diretório Acadêmico de Medicina. Também foram analisados fotos e vídeos do dia em que houve a execução do hino. No entanto, não foi possível identificar o nome do autor ou autores do texto ou comprovar que a ação estava vinculada à Associação Atlética Acadêmica Carranca.”.

O relatório com o parecer final foi entregue nesta quinta-feira (19) à Pró-Reitoria de Ensino da Univasf. No final da tarde, o reitor em exercício Telio Nobre Leite recebeu um grupo de estudantes, que se dirigiu à Reitoria para protestar contra o arquivamento do processo. Uma reunião com representantes do movimento foi marcada para a próxima quarta-feira (25) para discutir novos elementos e informações que possam ser acrescentados ao processo.

Ontem, (19) estudantes da Univasf e de outras instituições reuniram-se em frente a biblioteca e realizaram um protesto que percorreu o Campus Petrolina-PE centro, com o intuito de cobrar um posicionamento da universidade em relação aos autores. 

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Entenda o caso:

Durante a abertura dos Jogos Universitários 2015 da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf),  uma torcida organizada composta por alunos do curso de medicina da instituição, cantaram o hino do time Atlética Carranca, continha expressões sexuais pejorativas que, segundo os estudantes, soavam como ofensas às mulheres.

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Diante do ocorrido, mulheres do Projeto Popular do Vale do São Francisco se manifestaram e lançaram um abaixo assinado, junto com uma nota de repúdio. “Trata-se de um texto que concentra, de maneira naturalizada, toda a misoginia, machismo, objetificação e violência contra as mulheres. Diante desta postura de estudantes universitários, promotora da falta de respeito e violência de modo tão escancarado e abusivo, entendemos que é preciso problematizar a questão e tomar as devidas providências quanto ao fato.”
Na época, a Associação Atlética Carranca disse em nota que os hinos à apologia não serão mais cantados e serviam para empolgar a torcida. “No entanto, lamentamos o mau gosto e teor ofensivo de alguns gritos de guerra que foram entoados pela torcida, de forma que os mesmos não serão mais cantados ou incentivados, dada a natureza desses hinos.”.

Diante do ocorrido, a assessoria de comunicação da Univasf enviou uma nota informando que seria aberta imediatamente a apuração de autoria do ato. A instituição tinha reforçado ainda que seriam tomadas providências para aplicação das sanções cabíveis como advertência, suspensão das atividades por tempo determinado e até desligamento de vínculo dos envolvidos. “Dando prosseguimento às medidas administrativas sobre texto apócrifo intitulado “Hinos Medicina Univasf”, com palavras de baixo calão e de manifestação explícita à violência contra a mulher, distribuído durante a abertura dos Jogos Universitários desta universidade, a Administração Superior com a autoridade da qual está investida, determinou a abertura imediata da apuração de autoria deste ato, repudiado por toda a comunidade acadêmica e pela sociedade em geral.”.

Por: Yonara Santos

 

 

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