Não que me surpreenda, mas algumas práticas “políticas” me fazem coçar de indignação. E me inquietam. Esperei que o novo Prefeito de Juazeiro (BA) terminasse de escolher seus secretários para tecer alguma opinião. Desejei livrar-me do desgaste de uma avaliação crítica, o que só seria possível se o seu plantel atendesse a critérios técnicos e inovadores. Não foi. Eis que se repetiu e prevaleceu o dedo indicador dos aliados, dos partidos e as costuras de linha já desgastada.
Paulo Bomfim chegou a declarar que “investiria numa composição técnica, sem abandonar aspectos políticos importantes”. Esperei que assim fosse, mas não foi. Já alerto que não há nada de pessoal na minha avaliação. Ainda consigo ser técnica no que faço, a duras penas. Também não questiono a competência dos escolhidos. Todos temos as nossas competências. Falo aqui do popular “Ado, ado, ado, cada um no seu quadrado”. Falo aqui da “pessoa certa no lugar certo”. Falo de mérito próprio, habilidade adquirida e envolvimento com a cidade, conquistado.
Vejamos:
Na comunicação, ficou (ou continuou?) Veloso, o filho. Um jovem jornalista que acompanha o pai nas campanhas eleitorais e assim conheceu e passou a vir a Juazeiro. De campanha em campanha. E diga-se de passagem, pai e filho são brilhantes neste mister;
Para a nova Secretaria de Gestão Pessoal, Angelita Cavalcante Carvalho, irmã do Ex-prefeito Isaac Carvalho. Mulher de “gênio forte” nos relacionamentos inter-pessoais, como se destacou na chefia de gabinete da gestão passada;
Na assistência social e também à mulher e à diversidade, surge Cida Gama. Presente nos dois mandatos de Isaac Carvalho, sendo sua assessora direta em um deles. Teve uma passagem pelo Cras. Suas passagens nas lutas de gênero e diversidade, eu mesma desconheço;
A tão importante Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Pecuária, está, por indicação do PT (Leia-se Tiano Felix), uma filha de produtor rural do Salitre, Maraiza Carvalho. Empresária no ramo de hotelaria e de cosméticos. Formada em Administração de Empresas pela FACAPE, possuidora de cursos ministrados pelo SEBRAE. O desenvolvimento da “capital da irrigação”, da “cidade que mais gera empregos no país”, ficará sob seus cuidados. Sem mais delongas;
As obras da importante cidade baiana de mais de 230 mil habitantes, Juazeiro, serão planejadas e tocadas pelo jovem Anderson da iluminação, vereador de segundo mandato, que foi líder do Governo Isaac Carvalho na Câmara. Sem mais delongas também;
E as finanças do município? O Professor de História e presidente do PCdoB Gilson Araújo assinará por elas. Ele fez um curso técnico em contabilidade, é bem verdade;
A Companhia de Segurança Trânsito e Transportes da movimentada cidade de porte médio, será dirigida por Damião de Almeida Medrado, Vereador por 4 mandatos, Ex-presidente da Câmara, formado pela Anhanguera, em gestão pública, com experiência em diversos cargos públicos, inclusive o de secretário de Saúde da cidade de Betânia/PE. Novamente, sem mais delongas;
E ai entram as indicações do aliado Deputado Roberto Carlos: Seu irmão, Celso Leal, vai cuidar dos serviços públicos de Juazeiro. Ele tem mesmo experiência em serviço público. Pelas mãos do irmão parlamentar, já exerceu funções públicas na Prefeitura de Juazeiro, na Câmara dos Deputados Federais, como assessor, e na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia;
E seu amigo pessoal e parceiro no Clube de futebol Juazeirense, o jovem teólogo Sérgio Fernandes, que vai responder pela cultura, turismo e esportes. É, a cultura e o turismo da “Princesa do São Francisco”, terra de João Gilberto e da farta expressão cultural, serão conduzidas por Serginho;
Ao fim e ao cabo, os demais secretários já foram testados pelo Governo Isaac Carvalho, mesmo que em outras posições. Uns muito bem avaliados, outros ainda se esmerando para mostrar um bom desempenho. Todos da estrita confiança do Ex Gestor e, por consequência, também do atual.
A verdade é que, se Isaac saiu do Paço Municipal no dia 31 de dezembro, deixou seu rastro forte nos nomes que foram contratados a peso de ouro (Salário de quase 12 mil reais) pelos munícipes contribuintes. Um governo de “inclusão” neste outro sentido. Inclusão dos mesmos, inclusão dos indicados pelos aliados, inclusão dos mais convenientes e aderentes. Os que ficaram de fora? Sim, não dava para incluir todo mundo, não é? Assim também já seria demais.
Um novo mandato, um novo gestor, com as mesmas caras e o mesmo jeito de fazer política. De alma e coração, desejo boa sorte a Juazeiro.
E já que assinamos o “cheque em branco”, dando ao Prefeito eleito, através do voto, o poder de contratar nossos servidores, só nos resta acreditar nas palavras de Paulo Bomfim: “Vamos primar pelo desenvolvimento eficiente dos serviços e aprimoramento das políticas públicas”.
Vamos, né? Ficar de olho!
Se a escolha dos secretários fosse igual ao do conselho tutelar , por voto da população eu sem pestanejara votsria em Coelhão , para secretário da cultura . Ele sim, tem história e cacife para tal !
Realmente, juazeiro está se decepcionando bastante com essa falsa gestão.