
Na semana passada publicamos a reclamação de um leitor, morador de Juazeiro(BA), que preferiu não ser identificado, sobre a queima da cana realizada pela empresa Agrovale, que acontece neste período do ano, gerando vários transtornos para a população de Juazeiro e Petrolina-PE. A indignação do leitor, motivou a manifestação de outros moradores das duas cidades que reclamaram dos problemas de saúde decorrentes da fumaça da queima e também da sujeira provocada pela fuligem.
Neste período do ano, inicia-se o processo de queima da cana pela agroindústria, que ainda utiliza uma tecnologia menos desenvolvida que acaba poluindo o meio ambiente e prejudicando a saúde da população.
Provocamos o órgão ambiental do município de Juazeiro, a Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano, que em nota esclareceu que a Agrovale é licenciada pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), órgão que acompanha o cumprimento das condicionantes ambientais. A Secretaria também garantiu que o município está encaminhando oficio solicitando que a empresa poluidora realize ações mitigadoras para erradicar ou minimizar os impactos.
Veja a nota:
A Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano informa que a empresa Agrovalle é licenciada pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), com isso, o acompanhamento do cumprimento das condicionantes ambientais fica a cargo do órgão estadual, mas, o município está encaminhando oficio solicitando que a empresa poluidora realize ações mitigadoras para erradicar ou minimizar os impactos e encaminhará também ao INEMA para acompanhar todo o processo e solucionar essa problemática. A SEMAURB também informa que a população pode realizar as denúncias diretamente nos órgãos responsáveis.
O Portal Preto No Branco já entrou em contato com o responsável pelo INEMA, Anselmo Vital, que reconheceu o problema ambiental gerado pela empresa e se comprometeu de nos enviar uma nota esclarecendo a situação da Agrovale junto ao órgão e as providências que o INEMA irá adotar. No entanto, Anselmo Vital, até o momento, não nos enviou nenhuma informação.
Depois de vários contatos com a agência que presta serviço de assessoria de comunicação para a Agrovale, conseguimos uma manifestação da agroindústria, através de uma nota, onde a direção afirma que tem realizado “efetivas mudanças no sistema de produção agrícola, substituindo gradativamente o corte de cana manual pela utilização por máquinas colheitadeiras para cana crua, cujo processo culminará com a integralidade do procedimento plenamente mecanizado”.
Porém, a empresa não apresenta prazo para esta adequação.
Veja a nota na íntegra:
A Agroindústrias do Vale do São Francisco S/A – AGROVALE, prestes a completar 45 anos de operação no Vale do São Francisco, tem como lema de sua diretriz empresarial, “buscar novas tecnologias visando à inovação constante dos processos produtivos”.
Sob esse aspecto, temos realizado efetivas mudanças no sistema de produção agrícola, substituindo gradativamente o corte de cana manual pela utilização por máquinas colheitadeiras para cana crua, cujo processo culminará com a integralidade do procedimento plenamente mecanizado.
A AGROVALE, através do seu Sistema de Gestão Ambiental – SGA, tem mantido ações contínuas quanto ao uso de matérias primas e insumos, diminuindo os impactos ambientais e mantendo o seu compromisso com a comunidade e o meio ambiente.
Juazeiro – BA, 16 de maio de 2017.
Agrovale
Da Redação Por Sibelle Fonseca