Diretor da JBS, o delator Ricardo Saud afirmou, em delação à força-tarefa da Lava Jato, que negociou o pagamento de propina na campanha de 2014 com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e com o prefeito do Recife, Geraldo Julio, ambos do PSB. Segundo ele, tudo começou com um acerto para pagar R$ 15 milhões para a campanha presidencial do ex-governador Eduardo Campos, falecido em agosto de 2014. A delação envolve também o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB).
“Exatamente no dia que ele faleceu, eu estava com o Henrique que era a pessoa dele que ele mandava… Ou o Henrique, ou o Paulo Câmara ou o Geraldo Julio para ir lá tratar da propina”, afirma Saud. Após a morte de Eduardo, Saud conta que foi procurado por Geraldo Julio pedindo para que fosse honrado o pagamento do que havia sido negociado com Eduardo. O objetivo era vencer a eleição pelo governo de Pernambuco. No início, a JBS queria pagar apenas o que foi combinado com o ex-governador. “Nós chegamos ao meio termo que íamos pagar para não atrapalhar a campanha do Paulo Câmara. E ainda darmos uma propina para o Paulo Câmara em dinheiro vivo lá em Pernambuco”, afirma.
Na tarde de hoje(19), O Portal Preto No Branco recebeu uma nota, em que o Governador Paulo Câmara, fala sobre o momento político atual. Diz a nota:
“O governador do Estado de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), fez um pronunciamento em vídeo, divulgado na manhã desta sexta-feira (19) para o povo pernambucano, em que afirmou que as denúncias reveladas contra o presidente da república, Michel Temer (PMDB), “são graves” e devem ser “investigadas a fundo com isenção e responsabilidade”. Câmara cobrou explicações do presidente e apelou para o respeito irrestrito à Constituição:
“Qualquer solução para esse novo impasse político deve passar por um necessário e absoluto respeito à Constituição. Um país da dimensão e importância do Brasil não pode pegar atalhos”, afirmou.
Paulo Câmara também defendeu o diálogo como “melhor caminho para superar a atual crise” e voltou a lembrar do difícil momento econômico em que o país se encontra.
“Vivemos um desajuste severo, que insiste em se prolongar, afetando milhões de brasileiros com desemprego crescente e desalentador”, disse.
Em tom conciliador, Câmara termina o vídeo conclamando a população para um reencontro com a “unidade nacional”, “preservando a paz e o respeito à democracia”.
(Com informações do JC online)