Após várias tentativas de obter esclarecimentos sobre a situação da empresa Agrovale, junto ao Inema- Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, uma vez que vários moradores de Juazeiro(BA) e Petrolina(PE) procuraram o Preto No Branco para reclamar dos impactos sofridos com a queima da cana pela agroindústria, o coordenador do órgão ambiental nos informou que está aguardando autorização de Salvador para se manifestar sobre o assunto.
Anselmo Vital, que responde pelo Inema , em Juazeiro, adiantou que existe um processo contra a Agrovale, tramitando no Ministério Público e por isso precisa de autorização da instância superior do órgão para prestar qualquer esclarecimento sobre as práticas da empresa Agrovale, denunciada como poluidora do meio ambiente.
Frequentemente, recebemos reclamações sobre a queima da cana realizada neste período do ano pela empresa, o que gera diversos transtornos para a população de Juazeiro e Petrolina-PE. A agressão ao meio ambiente, afeta também a saúde das pessoas que passam a apresentar problemas de saúde decorrentes da fumaça da queima.
Além disso, os efeitos da queima chegam as residências das duas cidades que ficam tomadas pela fuligem, como denunciam, exaustivamente, os moradores, sem que sejam ouvidos e adotada qualquer providência.
“Chega de proteção a esta empresa. Os órgãos ambientais blindam a Agrovale e não tomam nenhuma providência. Isto é histórico em Juazeiro e Petrolina. Isto também denuncia um modelo de desenvolvimento atrasado e primitivo. Sim, a empresa gera empregos, mas a custo de que? da saúde de uma população inteira? dos impactos ambientais devastadores? Não podemos mais suportar isso e nem os órgãos podem mais fazer vistas grossas. Inema e prefeitura, cumpram o papel de atuar neste caso. Já passou da hora”, desabafou um leitor que preferiu não ser identificado.
O Preto No Branco endossa o desabafo do leitor e se compromete a cobrar providências aos órgãos ambientais.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano garantiu, em nota, que o município iria encaminhar oficio solicitando que a empresa poluidora realizasse ações mitigadoras para erradicar ou minimizar os impactos, mesmo sendo a empresa Agrovale licenciada pelo Inema, órgão estadual que deve acompanhar o cumprimento das condicionantes ambientais.
Já enviou? Perguntamos.
A Agrovale, através de uma nota enviada a nossa redação, afirma que tem realizado “efetivas mudanças no sistema de produção agrícola, substituindo gradativamente o corte de cana manual pela utilização por máquinas colheitadeiras para cana crua, cujo processo culminará com a integralidade do procedimento plenamente mecanizado”.
Quando isso ocorrerá? É o que perguntamos a empresa que está prestes a completar 45 anos atuando no Vale do São Francisco.
Veja a nota na íntegra:
A Agroindústrias do Vale do São Francisco S/A – AGROVALE, prestes a completar 45 anos de operação no Vale do São Francisco, tem como lema de sua diretriz empresarial, “buscar novas tecnologias visando à inovação constante dos processos produtivos”.
Sob esse aspecto, temos realizado efetivas mudanças no sistema de produção agrícola, substituindo gradativamente o corte de cana manual pela utilização por máquinas colheitadeiras para cana crua, cujo processo culminará com a integralidade do procedimento plenamente mecanizado.
A AGROVALE, através do seu Sistema de Gestão Ambiental – SGA, tem mantido ações contínuas quanto ao uso de matérias primas e insumos, diminuindo os impactos ambientais e mantendo o seu compromisso com a comunidade e o meio ambiente.
Juazeiro – BA, 16 de maio de 2017.
Agrovale
Da Redação