O estudante de jornalismo, Juliano Ferreira do Carmo, enviou para a redação do Portal Preto No Branco uma reclamação sobre a estrutura do Centro de Informações em DST, HIV, AIDS (CIDHA), em Juazeiro-BA. De acordo com ele, desde que CIDHA mudou de endereço, os pacientes que necessitam dos atendimentos disponíveis no espaço estão enfrentando algumas dificuldades.
O Centro funcionava no Bairro Angari, mas desde que o local entrou em reforma, foi transferido para uma Unidade de Saúde no bairro Maringá, que segundo Juliano, não tem a estrutura necessária para o número de serviços oferecidos.
Veja o texto na íntegra:
Desde o ano passado, ainda sob a gestão do prefeito Isaac Carvalho, o CIDHA, Centro de Informações em DST, HIV, AIDS em Juazeiro, extremo norte da Bahia, funcionava no Bairro Angari, e sob o pretexto de reformas no local, mudou-se para o Bairro Maringá. Desde então, tem sido um calvário o atendimento no novo endereço.
Lá funcionava um posto de saúde e as instalações são incompatíveis com a quantidade de serviços oferecidos pelo CIDHA. Os consultórios são improvisados, abarrotados de pastas e arquivos, profissionais disputando vagas nas salas, pois os espaços não são suficientes para o atendimento odontológico, de serviço social, infectologista, psicóloga, nutricionista, dentre outros.
É triste constatar que passado tanto tempo, ainda não se tenha uma definição de retorno as condições normais de atendimento no prédio, ora em uma ‘reforma’ que nunca acaba.
Desse modo, denuncio publicamente o estado de completo abandono e desleixo ao qual o serviço de DST/HIV/Aids foi submetido na gestão de Paulo Bomfim. Com sua privacidade exposta, os pacientes portadores do vírus, além de lidar com os tabus de uma sociedade preconceituosa e intolerante, ainda precisa se submeter a um modelo de atendimento precarizado, cuja responsabilidade recaí sobre a secretaria de saúde de Juazeiro e sobre o prefeito Paulo Bomfim, cujos profissionais, também são vítimas desse caos que se instalou no CIDHA.
Lamento ter que fazer tal denuncia, em uma gestão do PCdoB, partido ao qual admiro e reconheço seu papel diante de várias conquistas históricas para o povo brasileiro, mas que se acomodou e se burocratizou nas gestões de Isaac Carvalho e Paulo Bomfim.
É preciso dizer ainda, que sem um serviço digno, que garante a privacidade do usuário e o acesso célere, muitos portadores do HIV tendem a abandonar o tratamento, pelas dificuldades impostas, em primeiro lugar com a família e com a sociedade, e em segundo lugar, pela dificuldade de acesso a terapia e aos serviços, aumentando os índices de contaminação e consequentemente, o município contribui para que o controle social se transforme em descontrole.
Por fim, convido cidadãos, imprensa e sociedade em geral para visitar as instalações do CIDHA e perceberem que não há nenhum tom de exagero em minha fala.
Ao prefeito Paulo Bomfim e sua secretaria de saúde, peço sensibilidade, celeridade e cuidado para retornarem o serviço a sua normalidade, pois não tem sido fácil lidar com tudo isso e falarei quantas vezes for necessário, não só em meu nome, mas no nome daqueles que precisam da terapia, mas não tem a quem recorrer, a quem reclamar e no anonimato, ainda sofrem calados o estigma de ser soropositivo.
Saudações de Luta,
Juliano Ferreira do Carmo
O Portal Preto No Branco vai entrar em contato com a Prefeitura de Juazeiro para pedir esclarecimentos sobre o fato.