Comunidade reclama: Fuligem, muriçocas, problemas de saúde e agressão ao meio ambiente

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Da queima da cana, a fuligem, a fumaça e as muriçocas. É só começar o processo de queima da cana pela empresa Agrovale, o que acontece no período de maio a novembro, aparecem os problemas que atormentam à população de Juazeiro e Petrolina. São várias as reclamações que têm chegado ao portal Preto No Branco. Também é grande a insatisfação das pessoas quanto a atuação dos órgãos ambientais, que deveriam fiscalizar a empresa e obrigá-la a adotar providências definitivas quanto aos impactos que causam ao meio ambiente e, em consequência à saúde da população.

Um leitor, morador de Juazeiro(BA), nos enviou fotos tiradas na noite de ontem(1) quando o céu ficou encoberto de fumaça vinda da região onde a empresa fica localizada ” Todas as noites eu observo esta situação. Quando amanhece o dia, a sujeira da fuligem está por toda a casa. Mas o pior não é isso. A fuligem é o que a gente ver. Uma espécie de “prova material do crime”. O mais grave é verificar que aumenta o número de pessoas com problemas respiratórios nos hospitais. Meu filho está em crise asmática , desde o início de maio. Será que esse problema jamais será solucionado?” indaga o leitor.

Outra moradora do bairro João XIII, em Juazeiro(BA), se queixa do que chama “invasão das muriçocas” ” Está um horror. Não dormimos direito, não podemos sentar na porta, as crianças sofrem e este é um problema sem fim em Juazeiro. Quem tem seu bom ar condicionado não liga, nem reclama. Mas quem é obrigado a passar a noite em claro com esta invasão todas as noites, é quem sofre. Eu e meus filhos estamos com o corpo todo marcado pelas picadas das muriçocas.” reclamou a dona-de casa, que nos enviou uma foto dos ferimentos.

Segundo informações a agroindústria ainda utiliza uma tecnologia antiga para o processo de queima da cana. Sendo uma das poucas no país a adotar este sistema rudimentar, que acaba poluindo o meio ambiente e trazendo impactos para as populações.

Nós ouvimos o biólogo, Professor Djalma Amorim Regis, que afirmou  “o processo da queima da cana desaloja os vetores que, em fuga, procuram lugares seguros e o mosquito pode voar mais de 20km aproveitando a deriva eólica. Assim, a possibilidade do aumento de muriçocas pela queima da cana pode ser considerada”, concluiu.

A Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano diz que a Agrovale é licenciada pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), órgão que acompanha o cumprimento das condicionantes ambientais, mas mesmo assim garantiu que o município iria encaminhar oficio solicitando que a empresa poluidora realize ações mitigadoras para erradicar ou minimizar os impactos.

O INEMA, em Juazeiro, não se manifesta. O INEMA, em Salvador, procurado por nossa produção, garantiu que enviaria um posicionamento sobre as ações do órgão junto à Agrovale. Estamos aguardando esta manifestação.

A Agrovale, por sua vez, diz que vem “mantendo o seu compromisso com a comunidade e o meio ambiente e que  tem realizado “efetivas mudanças no sistema de produção agrícola, substituindo gradativamente o corte de cana manual pela utilização por máquinas colheitadeiras para cana crua, cujo processo culminará com a integralidade do procedimento plenamente mecanizado”.

Prestes a completar 45 anos de operação no Vale do São Francisco, a Agrovale não apresenta prazo para que estas “efetivas mudanças” sejam realizadas para o bem do meio ambiente e da comunidade.

Da Redação

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