Katussia Almeida é usuária do Instituto de Prevenção Ivete Sangalo, em Juazeiro-BA e procurou o Portal Preto No Branco para demonstrar sua preocupação sobre uma consequência negativa da atuação do projeto itinerante “Saúde sem Fronteiras Rastreamento do Câncer de Mama”, no município. De acordo com ela, a ação que está sendo realizada pelo Governo do Estado da Bahia, pode provocar o fim dos serviços do Instituto.
“O Instituto Ivete Sangalo pode deixar de ser uma realidade. Juazeiro vai perder um sonho de 10 anos, que nem se concretizou totalmente, já que ainda estamos aguardando a construção do Hospital do Câncer. Nós, mulheres, precisamos nos mobilizar para não perdermos esse espaço tão importante. O instituto, além de oferecer os exames, a biópsia, também encaminha as pacientes diagnosticadas com câncer para o tratamento no Hospital São Rafael em Salvador. O programa do Governo do Estado, apenas disponibiliza o exame de mamografia. Com o exame na mão, como como as mulheres diagnosticadas vão se tratar? Vão ficar a disposição do TFD que nem sempre atende a contento? Ao invés de criar outro programa, o governo deveria fortalecer o Instituto Ivete Sangalo, que tem relevantes serviços prestados e garante a cobertura total para as mulheres que necessitam “, desabafou Katussia Almeida.
Em entrevista ao PNB, a Secretária de Saúde de Juazeiro, Fabíola Ribeiro, declarou que no último dia 16, no início da sua gestão, procurou espontaneamente o Instituto Ivete Sangalo para avaliar o serviço. De acordo com ela, após uma reunião com o diretor da unidade, Adriano Bonafim, decidiu suspender parte do serviço de um prestador do município, que também estava realizando exames de mamografias em Juazeiro. A medida adotada pela secretária teve o objetivo de concentrar o serviço no instituto para fortalecê-lo.
“O Instituto Ivete Sangalo além de realizar mamografias, também executa outros exames como ultrassonografia, biopsia e marcação de fio metálico para mulheres com nódulos benignos, além de encaminhar para tratamento. Então, a nossa equipe entendeu que o prestador fornecido pelo município acabava tirando as pacientes do Instituto, que antes atendia cerca de 100 mulheres por dia e hoje esse número teve uma redução de 30%”, esclareceu a secretária de saúde.
Fabíola Ribeiro disse ainda que a clínica que presta serviços ao município, passou a realizar mamografias em mulheres que não estão na faixa etária atendida pelo Instituto Ivete Sangalo, que é de 40 a 69 anos. A Secretária declarou também que reconhece a importância do serviço prestado pelo Instituto Ivete Sangalo e que ainda está avaliando, junto com o gestor do município Paulo Bomfim, se há necessidade da carreta do projeto itinerante “Saúde sem Fronteiras Rastreamento do Câncer de Mama”, vir para Juazeiro, já que a cidade já conta com um serviço de ponta.
Fabíola Ribeiro também falou sobre a importância das campanhas educativas para incentivar as mulheres a realizarem os exames. “Temos um serviço de qualidade e totalmente gratuito oferecido pelo Instituto e as mulheres, na faixa etária, devem usar mais este serviço. Para o instituto mantê-lo é caro, tem custos altos e a demanda precisa justificar o serviço. Soubemos que existe uma evasão das mulheres, o que considero até perigoso, já que o diagnóstico precoce é fundamental para a cura do câncer de mama “, esclareceu Fabíola.
Instituto de Prevenção Ivete Sangalo
A Unidade de Prevenção de Câncer de Mama Ivete Sangalo foi construída em 2007, e oferece serviços à população há dez anos. Além de atender gratuitamente as mulheres de Juazeiro, a unidade recebe mulheres de mais oito cidades da região: Campo Alegre de Lourdes, Remanso, Pilão Arcado, Sobradinho, Sento Sé, Uauá, Curaçá e Casa Nova.
O instituto realiza mamografias e outros exames como: ultrassonografia, biopsia e marcação de fio metálico para mulheres com nódulos benignos. Os procedimentos mais complexos são tratados em Salvador.
Atualmente, quando diagnosticado o câncer de mama, as pacientes são encaminhadas para tratamento no Hospital São Rafael, na capital baiana e o município disponibiliza transporte para pacientes e acompanhantes. Quando necessário, as mulheres também podem ser acolhidas na Casa de Apoio de Salvador enquanto realizam o tratamento.
Da redação Por Yonara Santos
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