A jornalista Patrícia Lélis registrou na Delegacia da Mulher de Brasília, na noite de terça-feira (17), um boletim de ocorrência de ameaça e injúria contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-RJ). Ela é ex-namorada de Bolsonaro e contou a polícia que foi xingada, ameaçada e intimidada pelo parlamentar depois da resposta que deu à uma postagem em que ele tenta desqualificá-la atacando o feminismo.
“Eu começo a ‘entender’ a importância da figura masculina na vida de uma mulher quando minha ex-namorada que já se declara feminista é vista em uma balada LGBT acompanhada de um médico cubano, usando uma roupa vulgar e, como se não bastasse, rebolando até o chão. E ainda posta isso na internet, como se fosse uma atitude louvável. Lembrando que antes do feminismo ela andava com roupas discretas, não rebolava até o chão, e namorava comigo. 😉 #FeminismoÉDoença”, escreveu Bolsonaro em seu perfil pessoal no último dia 11.
Patrícia respondeu à postagem revelando o relacionamento abusivo que tinha com ele. “Foram 3 anos e 8 meses em um relacionamento abusivo. Eu estou percebendo que tudo na vida evolui, menos você”, escreveu a jornalista em sua postagem de resposta.
De acordo com Patrícia, depois da sua resposta começaram as ameças e as perseguições por parte de apoiadores do parlamentar. O próprio Bolsonaro ameaçou e intimidou a ex, por meio de mensagens privadas, como contou Lelis a polícia.
“Procurei a polícia, mostrei as mensagens de ameaça que partiram do celular pessoal do Deputado Eduardo Bolsonaro, e registrei o boletim e ocorrência na Delegacia da Mulher. Como é de se esperar, logicamente o Deputado vai negar, vai tentar me desmoralizar, pessoas vão vim aqui e vão tentar me ofender com palavras de baixo calão e afins, mas já deixo claro a essas pessoas que eu não vou me calar”, disse Patrícia que, em 2016, denunciou o pastor Marco Feliciano por abuso sexual.
No Facebook, a jornalista relatou a queixa registrada contra Bolsonaro e postou uma imagem do boletim de ocorrência.
O boletim de ocorrência foi registrado e deverá ser encaminhado para o Supremo Tribunal Federal (STF), pois o deputado possui foro privilegiado.