Entre a fumaça, o que há é silêncio, desculpas e só!  

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No último sábado(29), uma nuvem de fumaça encobriu os céus de Juazeiro e Petrolina. A névoa começou cedo e se estendeu até o começo da noite gerando grande incômodo as populações das duas cidades. Nas redes sociais, a revolta, a indignação das pessoas que se queixavam de problemas alérgicos, da sujeira da fuligem e da falta de respostas dos órgãos ambientais.

A fumaça partia da empresa Agrovale, que neste período faz a queima da cana ainda de maneira rudimentar , o que causa impactos ambientais e prejuízos à saúde das pessoas.

A Agrovale logo tratou de se explicar alegando que houve um incêndio criminoso do canavial em dois setores e disse que registrou queixa na delegacia de polícia da cidade.

Neste ponto, cabe uma pergunta:  E o esquema de segurança é assim tão falho, Agrovale ? Qualquer pessoa pode provocar uma queima nos canaviais da empresa?

O “sinistro” de sábado foi a luz do dia, mas é diária a prática da queima da cana, no período da noite pela Agrovale. Um problema que se arrasta há anos e que ninguém, até hoje, sabe ao certo quais os prejuízos gerados por esta poluição sistemática.

Dormindo, as pessoas não veem, mas respiram.

Pois bem, na noite de ontem ( 2) a fumaça voltou a cobrir o firmamento das duas cidades.  Novamente, as reclamações da comunidade e a busca por respostas. Quem mora mais perto dos canaviais, sofre mais. Quem mora mais longe, não está livre do ataque ambiental.

Se sábado o incêndio foi criminoso, como afirmou a empresa, a que atribuir o que aconteceu ontem?

A polícia está investigando o caso pontual de sábado, mas antes de acharem um “culpado” para o crime, já passou da hora dos órgãos ambientais fiscalizarem e adotarem providências para um crime ambiental e social constante e que acontece bem abaixo do nariz das autoridades e da sociedade.

E cabem mais algumas perguntas: O que tem feito o MP? Quando aconteceu a última fiscalização pelo INEMA, órgão que licencia a Agrovale? Existe IBAMA por aqui? E o município, o que tem feito?

É, parece que paira no ar uma poderosa cortina de proteção.

E a Agrovale está precisando reforçar o seu esquema de segurança, por que dois “atos criminosos” assim seguidos, é um péssimo sinal e nos faz lembrar daquele antigo jargão ” Só se fecha a porta, depois que o ladrão entra”.

Neste caso, não se sabe quem deve fechar a porta, quem é o criminoso … Não está se sabendo muita coisa, porque entre a fumaça, o que há é silêncio, desculpas e só!

Da Redação por Sibelle Fonseca/ Fotos: Juliano Ferreira  

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