Vestes brancas , verdes , uniformes e macas que transitam sofrimento e esperança se misturam ao frio que paralisa bactérias.
Esse é o ambiente de um hospital, e não é diferente no Hospital Regional , em Juazeiro –BA. Uma luta contínua se soma a exames, procedimentos e inúmeros equipamentos que trabalham em prol da vida. Tudo é monitorado e conta com o comprometimento e dedicação de diversos profissionais da saúde.
A vida em muitos momentos atinge seu limiar, e pode soprar como o vento sem volta, para uma transição que é puro mistério. O humanitarismo e o olhar atento para o outro se tornam essenciais nesse contexto. A finitude habita salas de necropsia, a vida se despede em sacos plásticos, mas também se renova nos centros cirúrgicos, nas mãos de médicos, enfermeiros e técnicos, e se irradia nas palavras daqueles que acompanham seus entes queridos. Conviver com a proximidade da morte nos faz pensar na importância de cada instante, nos sentimentos que ficaram congelados pelo medo , no amor que deixamos de compartilhar e em tudo que podemos ser e fazer, mesmo sabendo que algumas perguntas jamais serão feitas e muitas respostas nunca teremos.
Com a cura chegam o regozijo e a recompensa por acreditar em algo que parecia impossível. Dona Aparecida recebe alta após um longo tratamento e cirurgia de estômago.
– Tive alta hoje, vou para casa ver meus netos e familiares.
O semblante de felicidade é visível, seus pertences já estão a tira colo, quando Aparecida se despede:
– Fiquem com Deus, que todos tenham a mesma sorte que eu tive!
Seus passos firmes e apressados caminham de volta à vida, e nós, meros mortais nessa hora elevamos o pensamento ao Criador para apenas agradecer o bem mais sagrado, o nosso maior tesouro, o privilégio de estarmos vivos.