Especial Petrolina 122 anos: Cid Carvalho – Personagem da imprensa petrolinense

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Filho de Antônio Teodoro de Carvalho e Maria Vitória Lopes de Almeida, Cid Almeida Carvalho nasceu em 25 de agosto de 1904 na cidade de Remanso, Bahia. Estudou as primeiras letras na escola pública estadual, onde cursou o 1º grau, o atual ensino fundamental. Foi ainda em Remanso que Cid já demonstrava aptidão com o jornalismo,
quando iniciou a aprendizagem da arte gráfica, nas oficinas do jornal semanário Correio do Remanso.

Em 1923, mudou-se para Juazeiro, extremo norte da Bahia, trabalhou no jornal O Direito e foi diretor do jornal O Eco, ambos extintos. No ano seguinte, mudou-se para Petrolina, sertão pernambucano. E, antes de fundar o seu periódico, Cid foi admitido como tipógrafo no jornal O Pharol do jornalista João Ferreira Gomes, onde exerceu a
função por 14 anos, o que o levou a se tornar sócio efetivo da Associação de Imprensa de Pernambuco (AIP). Ainda dentro do jornal O Pharol, assumiu de 1937 a 1944, o cargo de Redator-secretário.

Casa-se com Perolina Lino de Souza Carvalho em 1930, e cinco anos depois fundou a União dos Artífices Petrolinenses, entidade assistencial e cultural, cuja Comissão Executiva foi Presidente de 1935 até 1999. Funda em 1948 a Associação Petrolinense de Amparo a Maternidade e a Infância (APAMI), na qual exerceu por oito anos a função de primeiro secretário da Diretoria.

Depois de várias experiências na imprensa em Remanso, Juazeiro e Petrolina, Cid Carvalho lançou em 11 de dezembro de 1949, o jornal O Sertão. De circulação semanal e impresso na Gráfica Petrolina, de sua propriedade, o projeto tornou-se viável porque obteve apoio financeiro do comerciante local, Clementino de Souza Coelho. O jornal
circulou ininterruptamente até 8 de maio de 1972, sob sua direção.

Cid Carvalho foi homem de imprensa, mas também das letras, da política, do ativismo social e cultural. Ganhou vários prêmios de honra ao mérito e ainda transitou pela literatura histórica, onde escreveu “Robustecendo a História – Petrolina entre a Riba portentosa do São Francisco e os contrafortes gigantes do Araripe”, por ocasião do
centenário de Petrolina em 21 de setembro de 1995.

Publicou 14 livros de poesia: “Lampejos do Ocaso”, “Solfejos ao Vento”, “Roteiro do Ignato”, “Beiral do Infinito”, “Limiar da Noite”, “Intervalo de Estrelas”, “Caminho Iluminado”, “Aos Impulsos do Tempo”, “Final de Caminhada”, “Aos Ímpetos da Poesia”, “Prelúdios de Amor”, “Eventos Imprevisíveis”, “Oásis da Imaginação” e “Na Última Curva”.

Em sua trajetória, foi assessor de imprensa e relações públicas da prefeitura de Petrolina e delegado da Associação da Imprensa de Pernambuco (AIP). Foi eleito vereador em 1951. Em 2000, Cid Carvalho foi homenageado pela AIP por suas sete décadas dedicadas ao jornalismo. Morreu dois anos depois, em 31 de janeiro de 2002 de
insuficiência respiratória, com 97 anos. O homem que media menos de 1,50 metros de altura se revelara um gigante. Escrevia à mão para seu jornal, e somente depois de muitos anos, veio a utilizar a velha e pequena Olivetti que mantinha impecavelmente limpa.

Embora tenha desenvolvido funções tão distintas como primeiro suplente de delegado de polícia, advogado dos presos pobres, adjunto de promotor público, suplente de juiz de direito e vereador em três legislaturas, parece ter sido nas letras que Cid Carvalho mais se realizou, especificamente com o jornalismo.

Para saber mais:

Trajetória do Jornal O Sertão na Imprensa de Petrolina – PE

Por Juliano Ferreira

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