Jornalista em Petrolina aciona Lei Maria da Penha para protegê-la de conflito com familiares

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Segundo uma pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgada em março deste ano, 503 mulheres foram vítimas de agressão física a cada hora no país, em 2016. Se as agressões verbais forem incluídas nesses dados, o índice de mulheres que se dizem ter sido vítimas de algum tipo de agressão no ano passado sobe para 29%.

Ainda de acordo com a pesquisa, em 61%  desses casos, os agressores são conhecidos. Das mulheres entrevistadas durante a pesquisa, 9% apontaram como agressores, familiares próximos: irmãos, pais e mães.

O que algumas mulheres não sabem, é que apesar das agressões de maridos, namorados ou ex-companheiros, serem mais conhecidas e comuns, a Lei Maria da Penha também é aplicada contra irmãos e pais agressores. De acordo com a 6ª turma do Supremo Tribunal de Justiça, para a configuração do crime de violência contra a mulher não há a exigência de coabitação à época do crime, mas somente a caracterização de relação íntima de afeto.

No Vale do São Francisco, uma jornalista denunciou dois irmãos por tentativa de agressão e ameaças. O caso aconteceu na última semana.

De acordo com a jovem, de 25 anos, um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia Especializada da Mulher (DEAM), em Petrolina. O fato teria acontecido durante um café da manhã na casa da sua mãe no Projeto Senador Nilo Coelho, zona rural do município.

“Essa não foi a primeira agressão sofrida, durante a infância e a adolescência eu passei por momentos terríveis, porém, nunca imaginei que hoje, após cerca de sete anos, passaria por isso novamente. Infelizmente, essa é ainda uma realidade dentro dos lares brasileiros. Prova disso é que, em Pernambuco, o número de violência contra mulher só cresce. Começa com um tapa e vai evoluindo, muitas acabam morrendo”, destacou.

Segundo a jornalista, a agressão física só não aconteceu porque o seu companheiro, que estava presente, intercedeu. Mas ela relata que os dois sofreram ameaças.

“É muito difícil ir até a delegacia registrar um Boletim de Ocorrência contra seus próprios irmãos, principalmente pelo julgamento da sociedade, mas fico imaginando se eu tivesse sozinha. Eles tentaram me acertar com uma cadeira de ferro e um copo de vidro. Tudo isso por ser mulher e por discordar de suas opiniões sobre determinados assuntos. Infelizmente esse é mais um caso. Não podemos fechar os olhos, para esse cenário. Lamento por todas que não conseguiram. Lamento por todas as notícias em que fui obrigada a dar daquelas que lhes roubaram a vida”, frisou.

Ainda de acordo com informações da jornalista, durante o registro do Boletim foi feito um pedido de medida protetiva que será ou não aceita pelo juiz.

“Agora é aguardar o processo. Eu espero que a lei me proteja de um mal maior”, conclui a jovem.

Da Redação por Yonara Santos 

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