Mães de Beatriz Mota e Filipi Kupi, vítimas da violência, se apoiam e fortalecem pedidos por justiça

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Aconteceu na manhã de hoje (12), na Terceira Vara Cívil de Juazeiro-BA, a audiência indenizatória do caso Filipi Kupi, que foi morto por atropelamento no dia 18 de junho de 2015, na avenida Santos Dumont, próximo ao pontilhão de Juazeiro.

Filipi, de 19 anos, foi atropelado por um carro conduzido por outro jovem, Gilson Rodrigues, que segundo testemunhas vinha em alta velocidade arremessando o corpo da vítima a uma longa distância e deixando o local sem prestar socorro.

Participaram da audiência, familiares e amigos de Filipi, que era estudante de direito da Uneb, e também os pais da menina Beatriz, brutalmente assassinada também em 2015, no dia 10 de dezembro, dentro do Colégio Maria Auxiliadora, em Petrolina.

Passados dois anos, o caso Beatriz Mota está sem respostas. Os pais amargam a impunidade ao autor(es) do crime brutal.

Passados dois anos e meio do caso Filipi Kupi, a família do jovem recorreu da decisão que condenou o condutor do veículo que causou o atropelamento, a 3 anos e 6 meses de serviços prestados à comunidade e suspensão da carteira de motorista, por apenas 2 meses.

Na audiência de hoje, as duas mães se encontraram. Duas vítimas da violência, duas cidadãs que esperam por justiça.

O Juiz Ednaldo Fonseca deu espaço para fala e Lucinha Mota, mãe de Beatriz, aproveitou para, em palavras fortes e reflexivas, se solidarizar com Margarida, mãe de Filipi Kupi.

“Eu não concordo com esse tipo de medida sócio-educativa para quem tira a vida de alguém. Quando se dirige em  alta velocidade, quando ele faz uso de bebida alcoólica. Não concordo. Acho que os juristas deveriam ser mais firmes, mais fortes no que diz respeito a isso”, declarou Lucinha.

Lucinha Mota questionou e apresentou alguns dados estatísticos.

“Existe hoje um número absurdo de vítimas de trânsito. O Observatório Nacional de Segurança Viária apresentou, no início deste ano, um estudo que mostra que existem mais vítimas de trânsito do que de vítimas de câncer, e que entre essas vítimas, estão jovem entre 18 e 35 anos. São 48% dos jovens.

Lucinha perguntou ao juiz do caso Filipi a que ele atribuía esses números e ele deu algumas opiniões. Dr Ednaldo Fonseca atribuiu a responsabilidade à família, aos pais. Atribuiu a responsabilidade também a própria sociedade, ao meio político, no sentido de que não existem políticas públicas de prevenção. Ele disse ainda que acredita que o condutor não sai de casa com a intenção de matar, de tirar a vida de alguém.

“Eu concordo em partes com o juiz, no que diz respeito a necessidade de políticas públicas para a prevenção de acidentes de trânsito. Concordo também que a família é sim responsável pela construção do indivíduo. Mas eu atribuo também esse grande número de casos, a falta de punição máxima para esses autores. Eu acredito que quando um indivíduo pega um carro, sai em alta velocidade e faz uso de bebida alcoólica, ele tem consciência de que ele pode ferir ou tirar a vida de alguém. Ele assume esse risco”, pontuou Lucinha Mota.

Tentando aliviar a própria dor, a mãe de Beatriz Mota está disposta a apoiar outras famílias atingidas pela violência e que buscam justiça, um direito de todos, de todas.

Da Redação 

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