Vídeos e relatos registram violência policial no carnaval de Juazeiro; Comando se manifesta

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Através de vídeos, fotos e depoimentos, foliões procuraram o Portal Preto No Branco para denunciar a violência policial no Carnaval de Juazeiro 2018. As imagens, gravadas por pessoas que estavam na festa, mostram alguns policias militares agredindo populares, entre eles, uma mulher trans, segundo informações que chegaram a nossa redação.

Neste vídeo, a foliã é surpreendida com um soco na face e desmaia. Logo em seguida, a tropa volta a fazer a ronda deixando a mulher caída no chão. Veja o vídeo:

Neste outro vídeo, as imagens mostram um homem, já imobilizado e ensanguentado, sendo empurrado por um policial até cair no solo.

Neste outro vídeo, mais um flagrante de uma intervenção policial violenta. Um homem sofre chutes e murros, mesmo estando já caído no chão. O vídeo também mostra o desespero de quem estava filmando a situação.

Além dos vídeos, a redação do PNB também recebeu depoimentos de alguns foliões, que também relataram situações de agressões policiais durante a festa. Eles pediram para não serem identificados.

“Ontem (28) eu estava no circuito Ivete Sangalo com familiares, quando fui surpreendida por policiais que já chegaram batendo em que estava pela frente com o “cassetete”. De forma violenta, eles passavam machucando quem estava pela frente. Recebi uma pancada em uma das minhas mãos, que até agora está inchada e doendo muito. Nunca me imaginei passando por uma situação semelhante”, relatou uma foliã.

“Também fui agredido gratuitamente sem nenhuma explicação ou motivo. A covardia foi tão absurda que os primeiros golpes que me deram foi pelas costas, virei assustado sem saber o que estava acontecendo. Eles continuaram me batendo e eu perguntei “por que vocês estão fazendo isso? O que eu fiz?” Eles deram mais uns golpes com o cassetete, em mim e num cara que estava do meu lado.  Com esse rapaz as agressões foram piores. Ele caiu no chão com tantos golpes. Depois disso eles saíram andando em fila, tranquilamente, como se aquilo fosse natural. O cara que caiu no chão estava atordoado, sem também saber qual tinha sido o motivo da agressão. Esses policiais fazem isso como pura diversão, hobby ou algo do tipo, ao invés de realmente garantir a proteção da população. Polícia pra quê mesmo?”, questionou outro folião.

A redação do PNB enviou as denúncias para o Comando regional da PM-BA, que em nota se manifestou sobre os casos e ressaltou uma redução nos números das ocorrências de crimes no carnaval de Juazeiro 2018.

Veja a nota:

O fato trazido nas imagens já está sendo apurado e será conduzido com rigor (referindo-se ao vídeo em que aparece uma mulher trans recebendo um soco). Os componentes da patrulha já foram identificados e o agressor também. Porém precisamos exaltar a eficiência da maioria, o que proporcionou uma redução em mais de 40% em relação aos números das ocorrências do ano passado. Empregamos mais de 250 patrulhas durante os três dias e temos um pequeno percentual de abusos, o que, apesar de não ser a orientação, faz parte das possibilidades de desvio.

Da Redação

3 COMENTÁRIOS

  1. “Empregamos mais de 250 patrulhas durante os três dias e temos um pequeno percentual de abusos, o que, apesar de não ser a orientação, faz parte das possibilidades de desvio.”

    Não é a orientação, mas, também não são punidos os elementos responsáveis pelo tais desvios.

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