Às vésperas do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, além de mobilizações espalhados pelas diversas capitais, as centrais sindicais organizam um ato unificado em Curitiba (PR), onde está o Acampamento Lula Livre em resistência à prisão política do ex-presidente.
As reivindicações de sete centrais sindicais e das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, unidas na capital paranaense, fazem parte de um cenário mais amplo de defesa da classe trabalhadora, como conta Wagner Gomes, secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
“As principais bandeiras das centrais sindicais no primeiro de maio é a revogação da reforma trabalhista, contra a reforma da Previdência, defesa dos direitos e também pela liberdade do ex-presidente Lula”, afirma Gomes.
Após mais de dois anos do golpe que depôs a presidenta eleita Dilma Rousseff (PT), Douglas Izzo, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) São Paulo, reforça a importância da solidariedade ao ex-presidente Lula neste momento.
“É um primeiro de maio que acontece em uma conjuntura de forte ataque aos direitos dos trabalhadores e à democracia. A classe dominante brasileira, através do Judiciário e da manipulação da grande mídia, condenou o ex-presidente Lula sem provas e, agora, nessa saga de tentar desmontar a figura de Lula, o maior presidente operário do Brasil, coloca o ex-presidente em uma prisão política”, diz.
A poucos meses também das eleições brasileiras, Gomes destaca a forte ligação de Lula com o movimento sindical e com a classe trabalhadora, citando seus projetos voltados para os mais pobres, como a valorização do salário mínimo e o programa de infraestrutura energética Luz para Todos.
Segundo o dirigente sindical, o 1º de Maio também reivindica uma maior participação da classe trabalhadora no processo eleitoral para viabilizar uma candidatura que preze pelo desenvolvimento com distribuição de renda, geração de empregos e investimentos nos direitos básicos.
“Nos dois mandatos do ex-presidente Lula, ele prometeu e cumpriu o que prometeu. Foi a época onde os setores mais pobres da população tiveram um reforço do ponto de vista dos projetos sociais. Foi quando 40% da população brasileira saiu da linha da pobreza”, afirma.
No portal da CUT, o presidente Vagner Freitas diz que a liberdade de Lula é também garantir a defesa das empresas públicas que estão sendo sucateadas e vendidas, como a Eletrobras e a Petrobras. “Queremos que os valores com a venda do pré-sal sejam destinados à saúde e educação, como estava previsto nos governos Lula e Dilma”.
Caravanas nacionais e internacionais participarão da manifestação unitária em Curitiba. Para Freitas, a data será um 1º de Maio histórico. “Ao decidir fazer um ato unificado, as centrais reconhecem que Lula é o maior símbolo da luta da classe trabalhadora por direitos”.
Além disso, Douglas Izzo ressalta que as manifestações combinarão resistência política e também cultural na perspectiva da soberania nacional. “Nós teremos algumas atrações culturais porque a cultura também é uma forma de dialogar com a sociedade”.
A capital paulista contará com a participação de artistas populares e renomados como a sambista Leci Brandão, a rapper Preta Rara e a banda Liniker e os Caramelows, que mescla black music e soul e é encabeçada pela cantora trans Liniker. Além disso, Grazzi Brasil e Celsinho Mody cantarão o samba-enredo da escola Paraíso do Tuiuti, vice-campeã do Carnaval do Rio de Janeiro 2018, que levou para a avenida a denúncia da situação da população negra no país, os ataques aos direitos da classe trabalhadora e denunciou o golpe que levou Michel Temer (MDB) ao poder, assim como seus apoiadores.
Toda a programação de mobilizações pelo país pode ser encontrada aqui.
Brasil de Fato