“O que esperar de uma prefeitura que realiza arborização da cidade com “Nim”, questiona morador de Juazeiro

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Enquanto espécies da Caatinga estão sendo destruídas, a exemplo da poda drástica em pés de Juazeiro, realizada na última terça-feira (24) por um comerciante, é comum encontramos no paisagismo urbano de ruas e calçadas de Juazeiro-BA, árvores exóticas, que acabam causando prejuízos para o bioma caatinga. A substituição de plantas nativas se tornou uma ameaça real a nossa biodiversidade.

Foi pensando nisso que o fotógrafo Caio Alves resolveu questionar o plantio da espécie “Nim”, na praça do Centro de Esportes e Artes Unificados (CEU), do bairro Tabuleiro, inaugurado no último dia 23, pela Prefeitura de Juazeiro. “O que esperar de uma prefeitura que realiza arborização da cidade com “Nim”, uma árvore tida como invasora e que prejudica o crescimento das outras?”, questionou o fotógrafo.

Caio também lembrou que a espécie, originária da sul da Ásia, possui propriedades repelentes e tem alto poder de toxicidade. “Em algumas cidades do nordeste já é considerado crime ambiental plantar este tipo de árvore. Por isso, gostaria de saber por qual motivo a prefeitura decidiu plantar o “Nim”, e não uma espécie da Caatinga”, acrescentou.

No artigo “O nim indiano: um problema para a Caatinga”, o botânico José Alves de Siqueira Filho fala sobre os perigos que a árvore pode oferecer. “Um estudo realizado na Índia em 2013 faz um relato de caso de um humano que foi intoxicado após ter ingerido uma quantidade de 20 ml de óleo de nim, inclusive um dos sintomas foi a perda da consciência e convulsões. Um experimento com ratos concluiu que o nim foi responsável pela perda da capacidade reprodutiva temporária após a inserção do extrato de nim”, escreveu.

Ele orienta ainda que o “Nim”, seja substituído por árvores nativas do bioma Caatinga, na arborização do Vale do São Francisco e em toda a caatinga. “Muitas espécies da Caatinga são capazes de oferecer sombra em nossas calçadas, e ainda não oferecem risco à encanação, pois possuem raízes pivotantes, que crescem verticalmente. A substituição não deve ser súbita. À medida que a espécie nativa for crescendo, uma poda preventiva pode ser realizada no nim”, esclarece o botânico.

O portal Preto No Branco encaminhou os questionamentos do fotógrafo Caio Alves para a  Próxima de Juazeiro.

Da Redação Por Yonara Santos

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