Caso Beatriz: Lucinha Mota dá detalhes sobre a movimentação do assassino no dia do crime e diz que vai divulgar foto que possivelmente mostra policiais conversando com o suspeito

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(foto: reprodução)

Lucinha Mota, mãe da menina Beatriz Angélica, assassinada no dia 10 de dezembro de 2015 durante uma festa de formatura no Colégio Maria Auxiliadora, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, revelou que possui imagens que possivelmente mostram policiais conversando com o assassino da garota na data do crime. A declaração foi dada na noite desta quinta-feira (30) durante uma live nas redes sociais.

Na transmissão, a mãe da garota trouxe detalhes do que aconteceu naquela noite, inclusive sobre a movimentação do assassino. Além de fazer um panorama do ambiente da escola, Lucinha trouxe informações detalhadas sobre as investigações e fez críticas ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e à Polícia Civil.

Caminhos percorridos pelo assassino

Lucinha Mota trouxe detalhes sobre a movimentação do assassino no dia do crime. Ela fez uma análise dos caminhos percorridos pelo mesmo ao redor do colégio, conforme mostram imagens de câmeras de segurança colhidas pela polícia, como também do momento em que o mesmo adentrou no Colégio.

“Muita gente viu ele, inclusive funcionários do colégio. Teve um funcionário que viu ele e se assustou. Como que um funcionário viu uma pessoa estranha, não pediu pra se identificar e simplesmente foi embora? No dia da festa tinha dois funcionários no portão. Como que eles permitiram que aquele homem ficasse no bebedouro sem interagir com ninguém? Sandro trabalhou 14 anos e nas festas, se eu não tivesse senha, eu não entrava. Mas nesse dia tudo correu solto”, revelou.

A mãe de Beatriz disse ainda que, logo após notar o sumiço da garota, pediu ajuda à funcionários do colégio, e relatou ter estranhando a frieza e o nervosismo de alguns. “Eu fui pedir ajuda e eles não foram me ajudar. Isso não é normal. Quando você está em um evento e que você pede ajuda a um segurança ou porteiro, automaticamente eles saem pra te ajudar. Isso faz parte da posição que eles estão exercendo ali. Mas nesses dia não. Todos eles queriam que eu saísse dali”, acrescentou.

A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59 do dia 10 de dezembro de 2015, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio. Após perceberem o sumiço da criança, os pais desesperados começaram a procurá-la, até que minutos depois, o corpo da menina foi encontrado atrás de um armário, dentro de uma sala de material esportivo. Beatriz Angélica foi assassinada com 42 facadas.

Possíveis imagens de policiais com o assassino

Lucinha revelou ainda que possui arquivos que mostram, possivelmente, policiais conversando com o assassino logo após o crime.

“É uma foto que pode mudar um pouco a forma da investigação. É uma foto que mostra, possivelmente, policiais falando com o assassino, logo depois do crime. Como a empresa que nós vamos colocar para investigar o caso [paralelamente] ainda não entrou por causa dos trânsitos legais, eu não vou mostrar isso hoje. Preciso ouvir a opinião dos especialistas. Mas eu vou divulgar. E se ficar comprovado que ali são policiais falando com o assassino, eu vou dizer que a Polícia Civil de Pernambuco não é só incompetente, aí vai entrar a polícia internacional também, porque isso é muito grave. Essa foto [dos possíveis policiais] não está no inquérito. Foi uma pessoa que enviou pra mim essa foto, e enviou um vídeo também que mostra os últimos momentos de Beatriz”, disse Lucinha Mota emocionada.

Câmeras de segurança

Ao falar das principais imagens utilizadas pela polícia para tentar localizar o suspeito, Lucinha contou que o ex-prestador de serviço, Alisson Henrique de Carvalho Cunha, acusado de ter apagado as imagens em que aparecia o assassino, no inicio das investigações, havia dito para a polícia que as mesmas não existiam, pois as câmeras de segurança estavam quebradas.

“Todas essas imagens são das câmeras de segurança do Colégio Maria Auxiliadora. As imagens das câmeras 3 e 5 são da catraca. No dia do crime, a polícia pediu ao Alisson as imagens dessas duas câmeras, e ele disse que aquelas câmeras estavam com defeito, e que não tinha imagens. Eu queria saber o que ele fala para a família dele sobre o que ele fez nos dois primeiros dias que a polícia tava ali pedindo as imagens daquelas câmeras. Nós temos várias testemunhas e policiais que dizem que nos primeiros dias [das investigações] ele falou que não tinha imagens e que as câmeras estava com defeitos. Se no dia do crime ele tivesse disponibilizado aquelas imagens para a polícia, com certeza o assassino teria sido preso”, desabafou.

O ex-prestador chegou a ser indiciado por falso testemunho e fraude processual e teve a prisão preventiva decretada em 12 de dezembro de 2018. Em dia 18 de julho, a polícia cumpriu um mandado de busca na casa de Alisson. Os policiais, mesmo tendo um mandado de prisão contra o foragido, não conseguiram entrar na casa, por não terem um mandado judicial de busca e apreensão. O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidiu revogar o pedido de prisão preventiva em setembro de 2019.

Em 2018, a delegada Poliana Nery, que estava a frente do caso, informou que Alisson Henrique circulou no colégio na noite do dia 4 de janeiro de 2016, acompanhado de mais dois funcionários do colégio (Carlos André, administrador, e Loraíldes), quando as imagens foram apagadas. Toda a movimentação destas três pessoas estão registradas em vídeos. Em um deles, Alisson aparece entrando na sala de monitoramento do colégio.

Crime não elucidado

A mãe de Beatriz desabafou ainda sobre a não elucidação do crime, e fez críticas à Polícia Civil e ao Governador de Pernambuco, Paulo Câmara, pela falta falta de estrutura para as investigações.

“É uma vergonha a Polícia Civil de Pernambuco não ter ainda o nome desse assassino. Não sabe nome, sobrenome, apelido, nada sobre esse homem. A gente tem vídeos e imagens desse homem e a polícia foi incapaz de localizar ele. É muita falta de capacidade, senhor Governador. O senhor precisa equipar a Polícia Civil do Sertão. Estamos abandonados. Não existe tecnologia aqui não. Aqui é tudo feito no olhômetro. [O Governador] não está nem aí para quem está sofrendo. Ele não tem compromisso com as famílias de Pernambuco. Ele me prometeu que iríamos conversar, que seu eu provasse que o perito recebeu dinheiro do Colégio Maria Auxiliadora, ele ia me ajudar a federalizar o caso. Hoje ele foge de mim. Você é um covarde, Paulo Câmara”, desabafou.

Em março, a delegada Polyanna Néry, que estava à frente das investigações do assassinato da menina Beatriz Angélica desde novembro de 2017, anunciou a saída do inquérito. Três delegados assumiram as investigações.

Detalhes físicos do assassino

A mãe de Beatriz publicou ainda imagens que mostram detalhes físicos do assassino. Lucinha Motta pediu ainda a colaboração dos seguidores para o compartilhamento em massa das imagens para que a polícia possa localizá-lo.

Lucinha destacou que nas imagens, o assassino passa boa parte do tempo com o celular em mãos. Ela acredita que o assassino estava conversando com alguém, que estava na parte interna do colégio, e que ajudou na consolidação do crime.

 

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Perícia do HD

Lucinha Mota também falou sobre a criação de uma ‘vakinha online’ para prosseguir com a investigação paralela que vem fazendo em busca da verdade e de justiça para o caso. O intuito da campanha é tentar periciar o HD que, conforme a mãe da garota, o investigado disse ter sido formato automaticamente, porém, cujas imagens foram recuperadas cerca de 1 ano depois do crime.

“É justamente esse HD que a gente quer periciar. A vakinha é para esclarecer tudo isso. Eu preciso de uma empresa idônea para fazer essa perícia. Preciso da melhor empresa do mundo, e essa empresa já disse ‘pode vir, Lucinha’. Acontece que o custo é muito alto para gente levar essas pessoas para fazer essa perícia. Não é só mandar o HD. Precisam ir agentes públicos, para acompanhar não somente o HD, mas a perícia, além dos nossos assistentes jurídicos”, contou.

A meta, inicialmente, era arrecadar R$ 75 mil (clique aqui e ajude a financiar).

Investigação paralela

Em uma investigação paralela a do Estado de Pernambuco, Lucinha e Sandro comprovaram que um dos peritos, Diego Henrique Leonel de Oliveira Costa, atualmente chefe de perícia do Departamento de Polícia Técnica de Pernambuco, que também emitiu laudos sobre o assassinato de Beatriz, prestou serviço ao Maria Auxiliadora na montagem do plano de segurança da escola, através de uma empresa de Recife, trabalho que também foi realizado após o crime (leia na íntegra).

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Da Redação

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