“Que ironia! Hospital da Mulher de Juazeiro gera primeira grande crise no governo Suzana Ramos”, por Sibelle Fonseca

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Ao longo desses oito meses da atual gestão municipal, em Juazeiro, as reclamações sobre o atendimento no Hospital Materno Infantil se intensificaram. Falta de medicamentos e insumos, falta de vagas e demora na realização de cesarianas, mesmo quando indicadas, são as principais queixas dos usuários.

Mas não é de agora que a instituição de saúde, que atende a 53 municípios da Rede PEBA ( Pernambuco e Bahia), vem sendo alvo de críticas e insatisfações. Na gestão anterior foram constantes as denúncias contra o atendimento publicadas pelo Portal Preto No Branco, a partir de relatos de gestantes e familiares.

Usando como bandeira da sua campanha eleitoral, a melhoria do serviço prestado pelo hospital, a Prefeita Suzana Ramos, até o momento, não conseguiu realizar nenhum investimento na instituição, a não ser a realização do teste do Coraçãozinho, conforme divulgado pela prefeitura como um novo serviço. O procedimento requer apenas um aparelho, o oximetro de pulso, que custa cerca de R$ 200,00. Segundo informou a Sesau ao PNB, foi adquirido apenas 1 aparelho para realização deste teste.

8 meses seriam poucos para novos investimentos, como aquisição de uma UTI Neonatal, conforme prometeu Suzana Ramos na campanha, ou para a implantação de um novo centro cirúrgico, necessidade urgente, já que o hospital conta apenas com um.

Mas 8 meses é um tempo mais que necessário para se planejar a manutenção do hospital e não deixar faltar o básico, como por exemplo o tecido brim, usado na confecção de campos cirúrgicos, e lençóis para os leitos, frequentemente cobertos com toalhas de papel.

A atual gestão não tem dado conta de manter o dia a dia da maternidade, com os insumos necessários, e não adianta mais escamotear essa verdade.

Necessário lembrar que, apesar da gravidade da situação do hospital, a Secretaria de Saúde de Juazeiro deu início somente 8 meses após o governo municipal assumir, no último dia 25, a um pregão eletrônico para eventual contratação de uma empresa para “aquisição de materiais, produtos e insumos médicos hospitalares, necessários a continuidade do Serviço da SESAU”. De acordo com publicação no Diário Oficial, o início da sessão de disputa do pregão, ainda vai acontecer no próximo dia 03 de setembro.

Até então, “as compras foram feitas por pregão emergencial devido à urgência da manutenção da rede municipal de saúde”, o que não foi suficiente para abastecer as UBS e a unidade hospitalar, como comprovam as sequenciadas denúncias de falta de insumos e atendimento muito ruim.

O pedido de afastamento da Diretora Administrativa do Hospital Materno Infantil, nesta quarta-feira (1) veio a calhar. Profissional gabaritada, conhecedora e defensora do SUS e com experiência de gestão assertiva nas Secretarias de Saúde de Petrolina e de Sobradinho, Graça Carvalho deixou o cargo após sucessivas denúncias graves contra o hospital. Fato! Mas em nota, a ex-gestora afirma que a decisão foi por “questões profissionais”, sem ter “nada a ver com recentes denúncias como estão atribuindo”.

Respeitando a justificativa de Graça Carvalho, mas usando de alguma racionalidade, vale refletir: Faltou-lhe condições de trabalho? Ela tinha autonomia para trabalhar? Não quis submeter o seu ilibado nome a tantos vexames públicos causados pela desorganização da atual gestão, flagrante também em outras áreas do serviço público? Qual verdade se esconde por trás deste pedido de afastamento?

Que ironia! O Hospital da Mulher, pedra maior atirada pela gestão atual contra as gestões anteriores, durante a campanha eleitoral, torna-se agora motivo do primeiro grande desgaste do governo Suzana.

A mãe precisa urgente voltar a ficar ON, pra tirar Juazeiro do OFF. O que não seria, hipoteticamente, tarefa tão difícil, já que ela conta com um time de pretensos candidatos a prefeito. Todos com nomes postos e se sentindo preparados para gerir o município, como Joseph Bandeira, Carlos Neiva, Alan Jones, Pastor Teobaldo, Jonh Khoury, Dr Klauber e etecetera. Ou não?

Sem contar com os tantos assessores e assessoras especiais que, recebendo altos salários, ainda não mostraram serviço. Aliás, eles dão expediente? Onde? Batem ponto? Em que estão contribuindo?

Será que todos estes eram apenas exímios atiradores e falsos salvadores da pátria Juazeiro, donos de soluções fáceis para os problemas do município? Mas, o que está acontecendo mesmo?

A Prefeita Suzana Ramos precisa de ajuda. Ajudem-na, senhores e senhoras que tanto gritaram amor por Juazeiro.

O título de vereadora mais votada, e com popularidade, boa samaritana, mulher de bom coração, não está sendo suficiente (na minha ótica jamais foi) para credenciá-la capaz de gerir um município do porte de Juazeiro, sem uma equipe técnica, eficiente, honesta, comprometida com o serviço público e séria, como séria foi a atitude da ex-gestora Graça Carvalho, que agradeceu e pediu pra sair.

Faltam-lhes o que? autonomia? Sobram-lhes o que? Vaidade de cargo? sede de poder? Interesses próprios? “Um certo” no final do mês ou vocês assumem compromisso com o erro?

Quem está na cabeça desta gestão, pergunto eu, deveras preocupada com os destinos do meu município tão sofrido?

Quanto ao Hospital da Mulher é uma batata quente para qualquer gestão que não tenha autonomia, que não tenha coragem de assumir até onde a perna alcança.

Avia, prefeita! Que é que é isso, mulher? Fica on, vai! E bota essa equipe pra passar a primeira, ou então manda marcha à ré naqueles que já se mostram incapazes de cumprir o pacto “União Por Amor a Juazeiro”.

Para além de contracheques, está Juazeiro, e sua população tão esperançosa por dias melhores!

Da Redação por Sibelle Fonseca  

 

 

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