Lucinha Mota completou nesta quarta-feira (08), os primeiros 100km da caminhada que busca justiça pela filha Beatriz Angélica, que foi brutalmente assassinada em dezembro de 2015 durante uma festa de formatura no Colégio Maria Auxiliadora, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Acompanhada de familiares, amigos e integrantes do grupo Beatriz, ela caminhará até Recife.
O terceiro dia do ato “Caminhe por Justiça” teve início às 2h da madrugada na fazenda Canaã, com parada em Santa Maria, um percurso de 28 kM. Uma equipe está acompanhando Lucinha Mota, para garantir todo suporte alimentar e de segurança no trajeto.
“100km por amor a Beatriz. 100kM pedindo por um inquérito justo. Beatriz merece um inquérito justo. Obrigada ao grupo “Somos Todos Beatriz”, obrigada a minha família, os meus amigos. Obrigada a todos que contribuíram e que estão contribuindo para que a gente consiga concluir essa manifestação de amor aos nossos filhos, de amor a vida. Nós queremos cultivar a cultura da paz. Vamos promover o amor. Colabore, compartilhe esse vídeo. Marquem a página do Governador Paulo Câmara. Ele só precisa aceitar nossa ajuda para solucionar o inquérito de Beatriz. Ou então, que autorize, colabore para federalização do inquérito, porque Beatriz merece um inquérito justo”, declarou Lucinha em um vídeo divulgado nas redes sociais.
Veja:
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A caminhada teve início na madrugada desse domingo (05), en Petrolina. O destino será no Palácio das Princesas, onde a mãe de Beatriz, mais uma vez, vai reivindicar que o Governo de Pernambuco aceite a cooperação do grupo de peritos americanos nas investigações do caso e também a federalização do crime.
Ao todo serão 700km, que devem ser percorridos em 23 dias.
Luta
O movimento “Somos Todos Beatriz” não descansou um só dia e numa mobilização jamais vista na região percorreu todos os caminhos em busca da verdade: Quem matou Beatriz?
Ao longo destes 6 anos, os pais da menina apelaram para a então Presidenta Dilma Roussef, quando ela veio a Juazeiro; Eles foram à Brasília e apelaram para o Ministro da Justiça do Governo Temer. Através de carta, chegaram ao Papa Francisco; Ao Recife foram mais algumas vezes para protestar e apelar para as autoridades máximas do estado de Pernambuco; Do alto do portão da Ponte Presidente Dutra, Lucinha Mota gritou por Justiça. Ela já se acorrentou, fez greve de fome e correntes de oração. Junto com os participantes do movimento, ocupou a ponte, as ruas, foi ao plenário dos legislativos municipais das duas cidades, a audiência pública na OAB. Uma rotina exaustiva, desde que o crime bárbaro aconteceu em 10 de dezembro de 2015.
Até agora, nenhuma resposta, nada de concreto. Somente evidências, falácias, retratos falados (sim, já foi mais de um), numa demonstração bizarra de incompetência institucional. Delegados foram trocados, foi feita uma “força-tarefa” fantasma (sim, fantasma, porque até agora nenhuma força mostrou na solução da tarefa de solucionar o caso).
Poderíamos pensar que todas as possibilidades foram esgotadas e que os pais, familiares e o movimento “Somos Todos Beatriz” se cansariam da luta inglória por justiça. Mas não! Este caso não cairá no esquecimento, e Lucinha Mota se reinventa a cada manifestação.
Esta chaga na sociedade do vale do São Francisco está aberta, sangrando, supurando.
“Esta página não será virada, enquanto as autoridades remuneradas para a função de garantir justiça apresentem uma resposta e desvendem este crime misterioso que aconteceu numa instituição da tradicional família pernambucana. Jamais irão me calar. Não pensem, os senhores da lei, que eu não vou aceitar tamanha impunidade. Enquanto vida eu tiver, será para buscar respostas. Quem matou minha filha? A quem interessa este silêncio, esta inoperância da polícia e da justiça de Pernambuco”, questionou, a incansável Lucinha.
Da Redação PNB