“Absurdo, eu não sabia”, diz viúva do petista assassinado no Paraná sobre contato de Bolsonaro a dois irmãos da vítima; ambos são alinhados com o bolsonarismo

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O deputado bolsonarista Otoni de Paula (MDB-RJ) fez uma ligação, em vídeo, para que Bolsonaro falasse com dois irmãos do Marcelo Arruda, tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, assassinado no último domingo por um apoiador do presidente.

José e Luiz de Arruda, ambos bolsonaristas, foram convidados por Jair Bolsonaro para visitarem o Palácio do Planalto na próxima quinta-feira (14), quando seria realizada uma entrevista coletiva.

“A possível vinda de vocês a Brasília, se concordarem, qual é a ideia? É ter uma coletiva de imprensa para falar o que aconteceu. Até para [evitar] ataques ao seu irmão. Não é a direita, a esquerda. Esse cara [que o assassinou], pelo que tudo leva a crer, é um desequilibrado”, disse Bolsonaro.

“O que nós não estamos admitindo, presidente, nessa parte, é a esquerda ficar utilizando o meu irmão como palco de politicagem. Isso nós não aceitamos de forma alguma”, completou José.

No entanto, o presidente não fez nenhum contato e nem presou solidariedade a viúva, Pâmela Suellen Silva,  nem aos filhos de Marcelo. Pâmela disse ter ficado surpresa com o telefonema do presidente aos irmãos de Marcelo, que não estavam na festa. “Absurdo, eu não sabia”, afirmou ao UOL. ​

Nesta terça-feira (12), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) insinuou que o contato do presidente com os dois familiares bolsonaristas do petista assassinado foi motivado por interesse eleitoral.

Lula também responsabilizou Bolsonaro pelos brasileiros mortos por coronavírus, e disse que o presidente nunca demonstrou empatia por essas famílias e insinuou que isso acontece agora em razão do período eleitoral.

“Ele nunca se preocupou em visitar uma criança órfã, uma viúva que perdeu um marido, um marido que perdeu a mulher, ninguém”, disse o petista.

“Eu acho que a sociedade brasileira começa a perceber o que está em jogo”, continuou. “Nós não temos que aceitar provocações, se alguém provocar, iremos morder o próprio rabo e ir para casa cuidar da família”.

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