A adolescente de 14 anos, que segundo denúncias enviadas ao PNB, foi supostamente vítima de um estupro dentro do Hospital Psiquiátrico Nossa Senhora de Fátima, em Juazeiro, no Norte da Bahia, fugiu da instituição, na noite dessa quinta-feira (22).
A fuga da paciente ocorreu no mesmo dia em que o PNB publicou, com exclusividade, a denúncia do crime de estupro de vulnerável e quando informamos também que a Delegacia da Mulher iria iniciar as investigações.
Ainda de acordo com apuração de nossa equipe, na manhã desta sexta-feira (23) duas Promotoras de Justiça e equipes da Polícia Civil de Juazeiro foram ao hospital para averiguar a denúncia.
A adolescentes estava internada na instituição por ordem judicial. O acusado pelo estupro de vulnerável é um homem também internado na instituição por ordem judicial.
De acordo com as informações, no dia do crime, a adolescente foi levada pelo suspeito para um cômodo do hospital onde praticou o estupro.
Ainda segundo informações, quando a adolescente deu entrada no hospital a profissional de saúde mental que atendeu a paciente fez um relatório comunicando à Justiça que a instituição não tinha estrutura para a receber a menina, mas o diretor Renan Teixeira teria anulado o parecer da técnica e, dias depois, demitiu a psicóloga Maria José Aroucha mantendo a jovem internada.
O PNB entrou em contato, mais uma vez, com o diretor do Hospital Psiquiátrico e com a advogada da instituição em busca de informações sobre a fuga da adolescente, mas até o momento não obtivemos respostas.
Outros casos de estupro
De acordo com as informações que chegaram ao PNB, pelo menos mais outros dois casos de estupro contra pacientes foram registrados no Hospital Psiquiátrico de Juazeiro. Na semana passada, uma paciente teria sido estuprada por um funcionário do hospital que atuava como cuidador. Em princípio, ele foi suspenso das funções, e demitido ontem (22), após a veiculação da reportagem do PNB.
A direção do hospital não registrou as ocorrências na Delegacia de Polícia Civil, tentando “abafar os casos”, segundo informações de nossas fontes.
Ontem nós procuramos o diretor do Hospital Psiquiátrico e ele negou que tenha havido os casos de estupro.
Denúncias trabalhistas
Na reportagem publicada pelo PNB na última segunda-feira, os funcionários reclamaram que a equipe técnica do hospital é insuficiente para atender ao número de internos e internas, além de outras precariedades nas condições de trabalho.
“À noite são somente dois funcionários para cuidar de todos os pacientes masculinos e mais dois para cuidar das mulheres. Não tem vigilante.”, contou um dos denunciantes.
Após a publicação das denúncias, o Ministério Público, a Gerência Regional do Trabalho e Emprego e a Secretaria de Saúde se manifestaram.
Confira reportagem anterior e as respostas dos órgãos fiscalizadores.
Redação
