Voluntários da Fundação Lar Feliz, em Juazeiro, denunciam presidente da instituição por pedir votos aos pais de alunos para Bolsonaro e Acm Neto

O Portal Preto No Branco recebeu de alguns voluntários que colaboram com a Fundação Lar Feliz, instituição de referência que atende crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, dos bairros Malhada da Areia, Antônio Guilhermino, Invasão Américo Tanuri, Jardim das Acácias, São Vicente e Adjacências, em Juazeiro, uma denúncia de um suposto assédio eleitoral.

A Fundação Lar Feliz é mantida através de doações e também com recursos públicos, inclusive os alunos constam no censo como pertencentes à rede municipal de ensino de Juazeiro.

Os voluntários encaminharam para nossa redação uma carta assinada pela presidente da instituição Maria da Ressurreição de Souza Barbosa, conhecida com “Tia Ressu”, pedindo aos “conhecidos e amigos dos bairros Malhada da Areia, Antônio Guilhermino, Invasão Américo Tanuri, Jardim das Acácias, São Vicente e Adjacências”, votos para os candidatos Jair Bolsonaro e ACM Neto.

A presidente inicia a carta, contando a história da instituição que chegou nestas comunidades em 1986, após ela “presenciar as dificuldades pelas quais passavam todos os moradores” e, de pronto passou a distribuir alimentos, aos sábados. Ela segue falando da sua dedicação às comunidades atendidas.

“Vocês são TESTEMUNHAS, do quanto eu, RESSU, VOLUNTARIAMENTE, tenho me dedicado e me doado de corpo e alma pelo bem, desenvolvimento e crescimento, principalmente dos filhos de vocês”, diz Ressu.

Em seguida ela justifica o ‘pedido” e enumera pautas que foram atribuídas ao candidato Lula (PT) e já rebatidas pela campanha do petista, como sendo “fake-news”.

“Nesses 36 anos de dedicação, nunca pedir absolutamente nada a vocês. E esse pedido que farei hoje, não é por mim, é pelo bem dos filhos de vocês ante as ameaças do plano de governo que um dos candidatos apresenta onde se inclui a permissão de roubo de celulares, carteiras, liberação do comércio e uso das drogas, a ideologia de gênero, o que definirá o futuro desastroso para todos, caso este candidato venha a ganhar as eleições. Meu pedido é simples: Dia 30 votem em Governador 44, Presidente 22”, assina Ressu.

Nós procuramos a presidente Maria da Ressurreição Barbosa e ela confirmou o envio da carta, e assim justificou: “Não entendo isso como assédio eleitoral. Eu realmente pedi aos pais que optassem para votar em governador e presidente nos dois números. Eu fiz uma carta entreguei a cada pai. Se alguém publicou, se alguém sentiu incomodado, não há nenhum tipo de envolvimento com a Fundação Lar Feliz. Aí não tem nome da fundação, não tem timbre, não tem nada. Eu estou colocando lá embaixo e o Ressu, sou eu, a pessoa física. Fiz isso aí realmente, sem nenhuma citação a instituição”, disse a presidente.

Questionada sobre a instituição receber recursos públicos, Ressu acrescentou: “Eu conto a minha história, eu não falo da Fundação Lar Feliz. O que consta no censo do município é a atividade da escola, mas a fundação se mantém as custas dos trabalhos, das doações que as pessoas fazem. A parte da escola tem os professores, profissionais cedidos pelo município, pelos recursos que vem da matrícula dos alunos que sai em nome de uma instituição. Mas nós não temos nenhum documento assinado, não existe nada oficialmente. Eu acho que eu não ofendi ninguém, não impus nada a ninguém, apenas pedi”, afirmou Ressu.

O PNB está encaminhando a denúncia para o Ministério Público e Justiça Eleitoral.

Confira carta:

Redação PNB