José Rainha Júnior e Luciano de Lima, que lideram a FNL (Frente Nacional de Luta Campo e Cidade), foram presos ontem na região do Pontal do Paranapanema, interior São Paulo, acusados de tentarem extorquir fazendeiros. A FNL diz que prisão teve “cunho político”.
Ex-dirigente do MST, José Rainha foi preso no assentamento Che Guevara, no Mirante de Paranapanema, em São Paulo, onde vive. Já Luciano de Lima foi preso na Rodovia José Corrêa de Araújo, na divisa com o Paraná.
“As operações visam a apuração do ciclo de violência decorrentes de extorsões e dos disparos de arma de fogo, incluindo fuzil, o que colocou em risco número indeterminado de pessoas”, disse a PC de SP, em nota.
Em nota, a FNL atribuiu as prisões a “cunho político” e pediu a liberdade dos dois dirigentes. Segundo a FNL as prisões têm “nítida relação com a jornada de ocupações do Carnaval Vermelho, sendo um ato de retaliação aos lutadores do povo sem terra”.
“O objetivo do Carnaval Vermelho é trazer para a discussão a contradição de sermos um dos países que mais produzem alimentos no mundo, porém, temos mais de 125 milhões de brasileiros com alguma insegurança alimentar (…) O Carnaval Vermelho deste ano despertou a fúria do agro e de seus consortes e até o mercado andou nervoso. Afinal, pode ter um exército de famintos no país, mas terras sendo divididas entre os mais pobres é um crime ao qual o agronegócio e o capital não toleram”, diz a FNL em nota.
Redação PNB