O Hospital Psiquiátrico de Juazeiro, recorrentemente, é alvo de graves denúncias por parte de funcionários, ex-funcionários e familiares de pacientes que relatam problemas e irregularidades, que vão desde o descumprimento da legislação trabalhista, a assistência precária aos internos.
Na última sexta-feira (8) o PNB foi procurado por Danilo Cruz, irmão da paciente Elisa dos Santos Leite, 31 anos, que foi a óbito ao cair de uma escada na instituição e sofrer um traumatismo craniano, na noite do dia 24 de janeiro deste ano.
Danilo acusa a direção do Hospital Psiquiátrico de negligência e denunciou o caso na Delegacia de Polícia de Juazeiro, que deverá investigar a morte de Elisa.
A denúncia do irmão da paciente contra a instituição, que presta serviço de saúde mental pelo SUS e também particular, foi a mais recente e se soma as dezenas já publicadas pelo Portal Preto No Branco.
Esta semana, recebemos uma nota de um grupo de pessoas que pediram pra não ser identificadas. A nota pede a intervenção das autoridades de saúde e relata “falta de medicações, falta de comida, falta de vestimentas, atraso salarial, assédio moral com os profissionais, alguns dos exemplos de situações que vem ocorrendo e expõe a incompetência desse atual grupo em estar a frente de uma instituição referência para uma população aproximada de 2 milhões de habitantes.”
Confira
“O Hospital Psiquiátrico é gerido por um grupo de pessoas incompetentes, autoritárias, desumanas e alguém precisa intervir sobre os absurdos que esse grupo vem fazendo com os pacientes e os profissionais que ali trabalham. Falta de medicações, falta de comida, falta de vestimentas, atraso salarial, assédio moral com os profissionais, são alguns dos exemplos de situações que vem ocorrendo e expõe a incompetência desse atual grupo em estar a frente de uma instituição referência para uma população aproximada de 2 milhões de habitantes.
Desde outubro/2023 que se instalou a crise financeira e institucional. Inicialmente, passaram a não pagar alguns profissionais. Em novembro escolheram novamente quem pagar, em dezembro a coisa escancarou e além de não pagarem salário e décimo terceiro a grande parte do corpo de técnico(as), enfermagem e médico, deu-se início a falta de comida e medicamentos.
Neste contexto apresentado, funcionários que, por ventura foram questionar sobre atraso de salários ou ousaram falar algo a respeito dos absurdos que estavam expostos, foram demitidos. Outros, pediram demissão. E a verdade que hoje a unidade vem funcionando com déficit de corpo técnico bem como aproximadamente 80% do quadro de funcionários diferente do que estavam em novembro de 2023.
Recentemente a mãe de um paciente que se encontra internado na referida instituição, ao fazer uma visita, se deparou com o filho referindo estar com fome e que o hospital estava sem alimentação. A mesma realizou compra de alimentos e ao fazer a doação ao hospital, postou um vídeo nas redes sociais, pedindo ajuda aos órgãos competentes. Com a repercussão do tal vídeo, a referida mãe recebeu ligação do hospital sendo intimidada e questionada pela exposição do hospital à sociedade.
Além disto, o curso de medicina da Estácio-IDOMED sabendo as irregularidades do hospital, suspendeu suas atividades deixando de utilizar tal hospital como campo de estágio.
Outra situação que vale a pena ser destacada, é que, segundo informações de funcionários mais antigos, houve irregularidade na eleição/posse da atual diretoria que rege sua gestão às custas da Associação SanFranciscana de Assistência ao Psicopata desvalido, onde é necessária investigação.
Sim, é verdade que a prefeitura de Juazeiro está quite com o repasse que lhe compete, porém esse repasse é apenas uma fonte de renda. Com um CNES 100% SUS, além do repasse da Prefeitura de Juazeiro, recebe também uma verba federal, recebe verbas de contrapartida dos municípios conveniados, recebe ainda por pacientes particulares bem como por consultas ambulatoriais. Cadê o dinheiro desse hospital?,” concluiu a nota.
O PNB está encaminhando mais esta denúncia ao Ministério Público da Bahia, em Juazeiro, e também ao Ministério Público do Trabalho.
Redação PNB