“Não deixaram a criança entrar na sala”: Mãe de um aluno de 6 anos com Autismo e TDAH denuncia exclusão do filho em uma escola do município de Juazeiro; Seduc se manifesta

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Em contato com o Portal Preto no Branco, a mãe de um menino com diagnóstico provisório de Transtorno do Espectro Autista e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, denunciou a falta de inclusão na Escola Municipal Professora Mazzarello Cavalcanti Reis da Rocha, localizada no bairro João Paulo II, no município de Juazeiro, na região Norte da Bahia.

De acordo com ela, que preferiu não se identificar, no último dia 11, o menino de apenas 6 anos foi constrangido por uma professora, que teria tentado impedir que a criança continuasse em sala de aula após uma crise.

“Meu filho tem 6 anos e tem laudo provisório de autismo e TDAH. Ele toma medicação controlada, faz tratamento no CAPS Infantil, mas continua tendo crises de agressividade. Após a crise, ele se arrepende, chora e pede desculpas. Por conta disso, estamos vendo a melhor forma de tentar mudar esse comportamento agressivo dele, vendo a melhor dosagem de medicação ou até mudar o medicamento. Por conta das crises dele, ele vem tendo alguns problemas na escola. A coordenadora comentou até que ele pode ter TOD, ele vai passar pelo psiquiatra novamente. Porém, no último episódio, a professora me ligou e eu fui até lá. Quando cheguei, ele já estava mais calmo, estava com a vice-diretora. A professora, ao invés de me chamar para conversar em outro lugar, ficou reclamando dele na frente dele, constrangendo uma criança de 6 anos. Ela falou que eu tinha que levá-lo embora e também começou a enganá-lo, falando para ele que não ia ter mais aula e que ele tinha que ir para casa. Falaram para mim que não dava para ele ficar no meio dos outros alunos”, contou a mãe.

Ela denunciou ainda que, quando o filho tentou entrar na sala de aula, a porta foi fechada na tentativa de impedir a presença da criança no local.

“Meu filho pediu para ficar na escola, pediu desculpas e disse que queria assistir à aula, que ia ficar bem, que não queria ir para casa. Mesmo assim, ela continuou dizendo que ele tinha que ir embora. Então, ele foi em direção à sala e ela acompanhou. Quando ele chegou em frente a sala de aula, bateram a porta na cara do meu filho, na frente dos amiguinhos. Não deixaram a criança entrar na sala. Só abriram a porta porque eu comecei a tirar fotos e chamei a diretora e a vice-diretora. Só assim a professora abriu a porta e deixou que ele entrasse. Ainda preocupada e revoltada com a situação, eu perguntei se poderia ficar no corredor da escola para observar, já que a professora alegou que estava sozinha, pois a auxiliar estava em curso. Eu compreendo o cansaço da professora, mas isso não dá o direito dela de discriminar e induzir a discriminação do meu filho”, acrescentou.

A mãe do menino finalizou informando que procurou a delegacia para denunciar o caso, e que também irá acionar o Ministério Público e o Conselho Tutelar.

“Eu não quero meu filho sendo colocado para fora da escola, com a porta batida na cara. O dever da equipe escolar é incluir, gerenciar a crise, contornar a situação com uma assistência especializada, conversar com os pais das crianças. Não colocam pessoas capacitadas para cuidar de crianças com deficiência. Desde que isso aconteceu com meu filho, eu só choro. Não tenho mais sossego deixando ele na escola, sabendo que meu filho está sendo excluído. Vou fazer um B.O e denúncias no Ministério Público e no Conselho Tutelar”, concluiu.

Encaminhamos a reclamação para a Secretaria de Educação e Juventude. Em resposta, a Seduc informou que “esse tipo de conduta não é orientação da Seduc. O município trabalha para garantir o Atendimento Educacional Especializado (AEE) e com as equipes escolares, diuturnamente, para assegurar o acesso, permanência, participação e aprendizagem de todos os estudantes. A Seduc está à disposição para qualquer informação e ressalta, ainda, que vai apurar a denúncia e tomar todas as medidas necessárias para que esse tipo de situação não ocorra”.

Redação PNB

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