Acompanhantes de pacientes do Hospital Regional de Juazeiro, no Norte da Bahia, entraram em contato com o Portal Preto no Branco para reclamar das condições de infraestrutura e do atendimento da unidade hospitalar.
Segundo um dos acompanhantes, que está com o pai internado, o HRJ transferiu o paciente para uma sala sem estrutura adequada.
“O meu pai está pedindo socorro. Ele foi tirado de uma sala que tinha um pouco mais de conforto. Tinha banheiro e uma poltrona para o acompanhante, o que garantia um pouco mais de dignidade. Mas o colocaram em uma sala inadequada, sem cadeira, sem poltrona para o acompanhante. O paciente não tem uma maca digna para deitar, não tem nada. Meu pai, com vários problemas de saúde, passa a noite numa maca dessas, sem poder nem dormir, com medo de cair. Ele não pode nem se virar de lado, porque corre o risco de cair no chão. Não tem estrutura, não tem o mínimo de dignidade. Quando a gente adoece e vai para o hospital, é em busca de cuidado, de dignidade. A gente vai ao hospital para melhorar, não para sofrer mais”, relatou.
Ele também denuncia que a sala não dispõe sequer de uma cadeira para o acompanhante se sentar.
“Nesse local onde colocaram a gente, não tem como sentar. Passei a noite inteira em pé, até de madrugada. Depois, já sem aguentar mais, sentei no chão. A gente sabe que hospital não é lugar para sentar no chão, por causa do risco de contaminação, mas fui procurar uma cadeira na recepção e ficavam jogando a responsabilidade de um para o outro. Um porteiro dizia que não era com ele, na recepção também diziam que não era com eles. Depois de muito tempo, consegui uma cadeira que um paciente deixou quando saiu, e eu peguei. Isso é um absurdo, sem estrutura e dignidade. Um hospital grande, que foi ampliado, mas não adianta ampliar a estrutura física se não há atendimento adequado e digno para todos”, disse.
Outra acompanhante também relatou problemas na unidade. Segundo ela, a troca de acompanhantes é extremamente demorada, pois apenas uma funcionária é responsável pelo processo.
“Não existe um hospital com tanta demanda para ter só uma recepcionista. E a saúde mental da gente, como fica? Vou acompanhar um paciente e fico mais de 1h40 na fila para conseguir entrar. À noite, o descaso é ainda maior, um absurdo. Para o novo acompanhante entrar, o que está lá precisa sair primeiro. Então, ele sai cedo e a gente continua na fila, esperando, porque só tem uma recepcionista se desdobrando para atender todos os acompanhantes de um hospital daquele tamanho. Não tem condição de uma pessoa só dar conta disso tudo, e isso afeta todo o funcionamento no horário das trocas. Nossos parentes acabam sofrendo também”, relatou.
Estamos encaminhando as reclamações para o Hospital Regional de Juazeiro e aguardamos uma resposta.
Redação PNB
Assunto: Reclamações constantes sobre o atendimento no Hospital Regional de Juazeiro – BA
Relato:
Venho por meio deste manifestar minha profunda preocupação com a situação atual do Hospital Regional de Juazeiro, no estado da Bahia. Todos os dias surgem diversas reclamações da população quanto à precariedade do atendimento. Os principais problemas relatados incluem:
Longa demora para atendimento, mesmo em casos de urgência;
Falta de médicos em várias especialidades;
Atrasos em exames e diagnósticos;
Atendimento desumanizado em algumas situações.
O hospital deveria ser uma referência regional, atendendo moradores de Juazeiro e cidades vizinhas. No entanto, o que se observa é um cenário de descaso com a vida e a dignidade do povo.
Peço, com urgência, que os órgãos competentes realizem uma vistoria, ouçam os usuários e profissionais, e tomem providências concretas para garantir um atendimento digno e eficaz.
Juazeiro, uma cidade sem referência em cardiologia
Juazeiro, cidade histórica e polo do sertão baiano, ainda vive uma triste contradição: não possui um serviço de referência em cardiologia. Em pleno século XXI, quando as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil, milhares de pessoas da cidade e do interior do norte da Bahia continuam desassistidas diante de um infarto, uma arritmia grave ou uma insuficiência cardíaca avançada.
Não há um hospital com UTI cardiológica equipada. Não há hemodinâmica para atender emergências como infarto agudo do miocárdio. Exames básicos como o Holter, o Ecocardiograma de esforço ou a Ressonância Cardíaca são escassos ou inacessíveis. O que existe é a espera, a transferência demorada, a regulação difícil, e o risco constante da morte evitável.
Juazeiro merece mais. Não podemos mais aceitar que uma cidade com mais de 200 mil habitantes, centro de uma microrregião com mais de 1 milhão de pessoas, não tenha sequer um cardiologista de plantão 24h para salvar vidas.
É hora de exigir um Centro de Cardiologia Regional Público — com estrutura, profissionais qualificados e integração com a rede de saúde da atenção primária e hospitalar. É hora de cobrar dos governos municipais, estaduais e federais. É hora de unir forças com universidades, movimentos populares e profissionais da saúde.
Enquanto isso não for prioridade, continuaremos perdendo pais, mães, trabalhadores e jovens por falta de acesso, e não por falta de cura.
Juazeiro pede socorro. E o coração da população também.
rapaz a verdade e o seguinte quem precisa do sus sofre hospital bonito por fora mais por dento uma precariedade o governo fez todo marketing conversou de mais iludio os pacientes e os eleitores dele hospital sem estrutura por dentro